English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
Quiero esto en mi Blog!

terça-feira, 20 de julho de 2010

BLOG REFÚGIO DO ESTUDANTE DE TEOLOGIA

O blog Refúgio do Estudante de Teologia, foi criado pelo Rev. Davi Gomes do Nascimento (Foto), como uma forma para dar um auxílio a todos os estudantes de Teologia. Lá poderemos encontrar livros de teologia, Bíblias de estudos, Ética cristã e pastoral, e muito mais, tudo isso para donwloads. Além de tudo isso quem entrar poderá ouvir boas músicas através da Rádio IPB. Vale a pena vizitar e seguir este blog. O endereço é: http://refugiodoestudatedeteologia.blogspot.com/

Palmas no Culto e o Princípio Regulador

Por
Célio Lima
A questão sobre a liceidade do uso de palmas no culto público deve ser decidida à luz das Escrituras, à luz do que ela diz sobre a adoração a Deus. É certo que volumes espessos poderiam ser escritos sobre o assunto, por isso procurarei delinear o ensino bíblico sobre o princípio fundamental do culto público (adoração comunitária).

No livro de Êxodo encontramos a ordenação de Deus para a construção do Tabernáculo, onde seguramente se encontra o esteio sobre o qual a adoração a Deus deve ser ofertada: “Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis” (Êxodo 25:9 RA). Então, após o levantamento do Tabernáculo, é-nos dito que “...tudo fez Moisés segundo o SENHOR lhe havia ordenado; assim o fez” (Êxodo 40:16 RA).

Em Números, há também ordenanças sobre a consagração dos levitas e o serviço levítico na tenda da consagração (Tabernáculo), obviamente se referindo à adoração pública a Deus. Mais uma vez a tônica é: “E assim fez Moisés, e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas; segundo tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram os filhos de Israel” (Números 8:20 RA).
Embora as passagens bíblicas pudessem ser multiplicadas, apenas as que já transcrevi nos ensinam que o culto de Deus é absolutamente definido pela Sua vontade revelada, a Sua Palavra: “...tudo [...] segundo o SENHOR [...] havia ordenado...”, isto é, todo elemento do culto, tudo que deve constar nele, é absolutamente definido pela Palavra de Deus. Esse princípio bíblico da adoração pública que determina que os elementos do culto devem ser segundo o que o SENHOR ordenou é o que os reformados apodaram de “Princípio Regulador do Culto”. Tal princípio é, talvez, a marca mais distintiva dos reformados em relação a outras correntes do protestantismo e dos evangélicos.
Agora, pois, vejamos alguns exemplos bíblicos da aplicação desse princípio na vida de certas pessoas dos tempos bíblicos. A Escritura nos relata a história de dois filhos de Arão, portanto, de linhagem sacerdotal, chamados Nadabe e Abiú: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara” (Levítico 10:1 RA). Esse texto nos ensina que esses dois homens apareceram diante do SENHOR trazendo fogo estranho, e tal fogo era estranho porque o SENHOR “...lhes não ordenara”. Nadabe e Abiú, pois, violaram o “Princípio Regulador”, adicionando ao culto algo que Deus não havia ordenado. Deve-se perceber que não havia uma proibição para o que Nadabe e Abiu trouxeram “...perante a face do SENHOR...”, mas o problema residiu no fato de eles “adorarem” a Deus introduzindo um elemento que não havia sido expressamente ordenado.
O que aconteceu com os dois? Que a própria Palavra de Deus dê a resposta: “Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR” (Levítico 10:2 RA). O mesmo é dito em outro lugar nas Escrituras: “Mas Nadabe e Abiú morreram perante o SENHOR, quando ofereciam fogo estranho perante o SENHOR, no deserto do Sinai...” (Números 3:4 RA).
Outro exemplo clássico de aplicação do “Princípio Regulador” é o caso de Uzá. Para sua melhor compreensão é necessária a análise do contexto bíblico mais imediato, transcrito abaixo:
“Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus” (2 Samuel 6:1-7 RA).
Essa perícope das Escrituras nos mostra uma série de violações do “Princípio Regulador”. A arca foi colocada “num carro novo”, enquanto Deus havia prescrito que: “Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca” (Êxodo 25:13-14 RA). Não obstante a clara ordenação divina, Davi, querendo inovar e copiar o modo como os filisteus transportaram a arca, desconsiderou o mandamento divino, e procurou “adorar a Deus” ao seu gosto, segundo a melhor intenção do seu coração. Afinal, Deus não merece o melhor? Para que carregar a arca nos ombros, pensou Davi, com simples varas de acácia, se a tecnologia foi Deus quem nos deu através da Sua “graça comum”?
No caminho os bois tropeçaram e, para que a arca não caísse, Uzá, na melhor das intenções, estendeu a sua mão para segurá-la. Todavia, a Palavra de Deus já prescrevia claramente: “...nas coisas santas, não tocarão, para que não morram...” (Números 4:15 RA). Como Deus reagiu à boa intenção de Uzá? Pensou, tal homem teve zelo e bom desígnio em relação à arca que simboliza a minha presença, apesar de quebrar meu mandamento, então receberei a boa intenção do seu coração? Não, a Palavra nos diz que “...Deus o feriu ali por esta irreverência...”.
Então, da aplicação do “Princípio Regulador” nos casos de Nadabe/Abiú e Uzá, temos que os primeiros foram mortos por Deus porque introduziram no culto aquilo que Deus não ordenou, e o segundo também foi morto porque violou aquilo que Deus explicitamente havia proibido. Deus, de forma clara, explícita, indubitável, estabeleceu que no Seu culto só deve constar aquilo que ele ordenou. Introduzir outros elementos não prescritos é violação desse princípio, assim como não fazer conforme aquilo que foi determinado, resultando, em ambos os casos, conseqüências gravíssimas.
Não obstante, o alvo principal do desagrado divino sobre a conduta de Uzá foi o rei Davi, o qual, diz a Escritura, “Desgostou-se [...] porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje” (2 Samuel 6:8 RA). Por que o escritor bíblico foi tão cuidadoso em relatar esse desgosto de Davi? Porque Davi seria o grande responsável pela confecção da instrumentação a ser utilizada no Templo. Davi seria o grande homem que influenciaria o culto no Templo a ser construído, assim como Moisés o fora com o culto no Tabernáculo. Senão vejamos:
Está escrito que a arca foi levada, segunda vez, agora da forma ordenada por Deus: “Chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei. Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado. Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do SENHOR, Deus de Israel. Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do SENHOR” (1 Crônicas 15:11-15 RA).
Davi aprendera, da forma mais dramática possível, a necessidade de ser absolutamente fiel ao “Princípio Regulador”, pois ele seria o encarregado por Deus de introduzir outros elementos no culto, a instrumentação musical que seria usada no Templo, conforme nos é dito no contexto em que o rei Ezequias restaurou o culto após o reinado do ímpio Acaz: “Também estabeleceu os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por intermédio de seus profetas” (2 Crônicas 29:25 RA).
A Escritura é bem clara que até mesmo os instrumentos musicais que seriam utilizados no Templo foram rigorosamente determinados por Deus a Davi através dos seus profetas Gade e Natã. Certamente, Deus utilizou o incidente com Uzá para preparar Davi para a grande obra litúrgica que ele faria para a implementação da música no Templo. Deus demonstrou a Davi a absoluta e imperiosa necessidade de conformidade ao “Princípio Regulador”. Não ficou ao alvedrio do músico Davi determinar, por seu “bom senso” artístico, qual seriam os instrumentos a serem usados no Templo no culto de Deus.
De todo o exposto acima resta demonstrado que tudo o que foi introduzido no culto público sempre o foi por expressa determinação de Deus, cada elemento cúltico, por mais insignificante que parecesse. Deus nunca aceitou qualquer coisa em Seu culto que tivesse iniciativa humana.
Estabelecido o “Princípio Regulador” a partir das Escrituras, mostrarei que tal princípio é o que os reformados (continente europeu) e presbiterianos (ilhas britânicas) sempre defenderam, não tendo direito algum aqueles que violam esse fundamento da fé, da teologia e da liturgia reformadas de pensarem que fazem parte do grande povo descendente da Reforma Protestante, mesmo que eles acreditem em algumas coisas comuns ao que os calvinistas acreditam. Reformados são aqueles, e somente aqueles, que primam por manter a santidade, a reverência e a ordem do culto bíblico, segundo o padrão explicitamente estabelecido por Yahweh em Sua Palavra, e reconhecido nas confissões e catecismos compostos pela influência e determinação da teologia da Reforma.
Começarei pela Confissão de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil, a de Westminster, a mais bem elaborada confissão presbiteriana-puritana-reformada. Nela está estabelecida o “Princípio Regulador” da seguinte forma: “...o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás...” (CFW, cap. XXI, I).
Essa mesma Confissão estabelece, com base no ensino das Escrituras, quais são os elementos constituintes do culto público: A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo - são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso” (CFW, cap. XXI, V). Além desses, a CFW diz que “A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens...” (CFW, cap. XXI, III). Onde estão as palmas nesse rol? Será se todos os puritanos tinham as mãos amputadas?
Podemos encontrar referência ao “Princípio Regulador” em um importante documento confessional da Reforma, mais antigo que a CFW, a Confissão Francesa de 1559, que diz em seu prefácio:
“Nós devemos tal respeito e reverência à Palavra de Deus quanto devemos nos prevenir para não lhe acrescentar nada de nós mesmos, mas devemos nos tornar inteiramente conformes às regras que ela prescreve. E visto que a Igreja Romana, abandonando os usos e costumes da igreja primitiva, introduziu novos mandamentos e uma nova forma de culto a Deus, nossa consideração a respeito dessas coisas é que é razoável preferir os mandamentos de Deus, que são em si mesmos verdade, aos mandamentos de homens, que por sua natureza são inclinados ao engano e vaidade”
Ensino idêntico encontramos em uma confissão traçada por João Calvino para as igrejas reformadas da França, no ano de 1562, que reza o seguinte:
“De nossa parte, de acordo com Sua declaração, de que obedecer é melhor que sacrificar (1 Sm 15:22), e com Sua injunção uniforme para ouvirmos o que Ele ordena, para rendermos um sacrifício bem regulamentado e aceitável, acreditamos que não devemos inventar o que nos pareça bom, ou seguir o que pode ter sido criado na mente de outros homens, mas nos limitarmos simplesmente à pureza das Escrituras. Por conseguinte, nós cremos que qualquer coisa que não seja proveniente dela, mas seja ordenada somente pela autoridade de homens, não deve ser considerada como culto a Deus”.
Para não ser muito extenso, citarei mais uma referência de um documento reformado histórico sobre o “Princípio Regulador”, a “Ordem de Genebra”, um diretório para o culto da igreja dos refugiados ingleses em Genebra, no tempo de João Calvino, que em seu prefácio também deixa claro o que os reformados sempre creram sobre o culto público:
“Nós, portanto, não como os maiores clérigos de todos, mas como os menos capazes de muitos, apresentamos a vocês que desejam o crescimento da glória de Deus, e a simplicidade pura de Sua Palavra, uma forma e ordem de uma igreja reformada, limitada ao compasso da Palavra de Deus, que nosso Salvador nos deixou como única suficiente para governar todas as nossas ações; de modo que qualquer coisa que lhe seja acrescentada por artifício de homens, por melhor, por santo ou bonito que isto pareça, todavia diante de nosso Deus, que é zeloso e que tem ciúmes e não pode admitir nenhuma sociedade ou conselheiro, isto é mau, iníquo e abominável”.
Portanto, o entendimento dos reformados sempre foi o de que somente o que foi expressamente ordenado por Deus para fazer parte do seu culto público é que Lhe agrada, sendo o resto, aquilo que Ele não ordenou como elemento cúltico, abominável, tanto a prática em si quanto aquele que a pratica.
Onde ficam as palmas, então? Ora, se o "Princípio Regulador", retirado das Escrituras, ensina que somente o que Deus ordenou para fazer parte do culto público deve constar dele, então nos últimos quinhentos anos os cristãos reformados foram os mais desgraçados e desobedientes homens dentre todos os outros, porque não obedeceram ao mandamento divino de bater palmas no culto, se tal mandamento se encontra nas Escrituras. Aliás, os crentes dos últimos dois mil anos deveriam ser considerados culpados desse gravíssimo pecado, de não baterem palmas no culto público de Deus, pois não há nenhum registro histórico ou arqueológico que mostre que os cristãos primitivos e aqueles que os seguiram no tempo praticavam o bater palmas na adoração comunitária.
Se palmas fossem um elemento lícito no culto, teríamos que olhar com tristeza para os últimos dois milênios do povo de Deus na terra, pois seríamos forçados a reconhecer que os crentes desse período foram Abinadabes, Abiús e Uzás da vida, violadores da lei de Deus, e merecedores da Sua mais severa manifestação de desagrado. Contudo, se a igreja de Cristo por dois mil anos sempre teve por repugnante bater palmas no culto, o fez pela convicção plena de que tal é abominação ao SENHOR, e porque não há em nenhum lugar em toda a Escritura um único mandamento ordenando bater palmas nas reuniões em que o povo de Deus se agrupa para adorá-lo.
A irracionalidade dos que defendem as palmas no culto reside no fato de que, como vimos, o culto deveria ser exatamente como Deus prescreveu, havendo sido vedado alguém acrescentar o que não foi ordenado (Nadabe e Abiú) ou fazer o que foi proibido (Uzá) ou suprimir o que foi prescrito. Diante disso, se todo aquele que não prestava culto exatamente como Deus ordenou era fulminado, por que os crentes do AT não batiam palmas no Templo? Por que não há uma única menção deles batendo palmas nas reuniões públicas de adoração a Deus? Não teriam todos sido exterminados por causa disso? O próprio Jesus Cristo, que não bateu palmas nenhuma vez, não teria sido desqualificado como Redentor, haja vista que teria cometido o pecado gravíssimo de haver violado o “Princípio Regulador”? Tal pensamento é blasfemo, e essa é a inferência lógica do ensino dos batedores de palmas. Se algumas passagens de Salmos que os batedores de palmas distorcem para fundamentar seu ponto de vista são mandamentos para o acompanhamento musical ao ritmo das palmas, então o povo de Deus do tempo dessa revelação, e também posterior a ela, foi absolutamente infiel, e Deus ficou todo esse tempo sem adoradores obedientes, até que chegassem os sábios, santos e zelosos cristãos do final do século XX e início do século XXI.
Na verdade, os batedores de palmas estão apenas satisfazendo as suas próprias concupiscências, e não adorando a Deus como prescrito pelo SENHOR, pois o próprio Jesus nos disse: “...em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9 RA).
Isto posto, resta-me dizer que, de um certo ponto de vista, não são os verdadeiros reformados e verdadeiros presbiterianos quem têm o ônus de provar biblicamente que bater palmas é uma violação abominável do culto público prescrito pelas Escrituras, pois tal é uma novidade na longa história do povo de Deus. Os batedores de palmas é que têm que provar exegeticamente que bater palmas é um elemento integrante do culto de Deus, haja vista que eles estão introduzindo um elemento que nunca, repito, nunca, jamais, nos dois mil de igreja cristã, fez parte das reuniões comunitárias do povo santo do SENHOR. Isto eles não farão, pois não há nenhum mandamento nas Escrituras para que os cânticos sejam ritmados pelas palmas, nem no AT nem no NT. Porém, por causa do compromisso com a verdade, e com a glória de Deus, os reformados têm se esmerado em repudiar essa prática litúrgica espúria.
Que Deus dê a graça a seus eleitos de não serem enganados por vãs sutilezas contidas no ensino de homens de mentes corrompidas pelo pecado da ignorância.

_________________________________________

Fonte: Vox Reformata - http://vozreformada.blogspot.com/

A Pregação Fiel da Palavra: Marca Distintiva de uma Igreja Verdadeira

Por
João Ricardo

A Pregação Fiel da Palavra: Marca Distintiva de uma Igreja VerdadeiraJoão RicardoA nossa época é marcada pela crise na pregação da Palavra de Deus, ironicamente a mídia televisiva, radiofônica e impressa tem divulgado pregações, cd’s, dvd’s e livros com pregações têm abarrotado as livrarias de modo geral. Ainda, assim, olhamos em nossa volta e percebemos que a pregação continua ausente em nossa época. Por que tudo isso? O púlpito está perdido em nossa época.

Há um grito desesperado no coração dos crentes. Eles pedem uma Igreja verdadeira. Onde está esta Igreja? Ora, esta igreja só pode ser achada quando o púlpito ressoa a trombeta de Deus, ou como coloca Paulo, quando a loucura de Deus se manifesta! A pregação é a marca distintiva da Igreja. Esta marca era usada pelos reformadores para identificar uma Igreja verdadeira. Mas, em nossa época tornar-se difícil de encontrar um púlpito fiel, e o que dizer de uma igreja verdadeira.

Alguém poderá perguntar: é realmente necessária a pregação? Por que vocês presbiterianos dão tanta importância à pregação? Porque ela é o divisor de águas entre o céu e o inferno. Chapell nos lembra algo interessante sobre isso:

“Sabemos serem insuficientes nossas habilidades para uma tarefa de tão amplas conseqüências. Reconhecemos que o nosso coração não é puro o bastante para guiar outros à santidade. Uma honesta avaliação de nossa perícia inevitavelmente nos leva à conclusão de que não temos eloqüência ou sabedoria capazes de lavar as pessoas da morte para a vida.”[1]

Nos dias de hoje o sermão é desprezado pela Igreja de Cristo com tanta facilidade que C.H.Spurgeon chgou afirmar o seguinte: “A apatia está por toda a parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor”[2] As palavras de Spurgeon ressoam em nossa época, pois, na verdade tal negligência têm ocorrido em nossos dias, por isso, precisamos encarar este assunto com mais seriedade. Neste breve estudo falaremos sobre a Pregação Fiel como a marca distintiva da verdadeira Igreja.

Pois, a Igreja sem pregação assemelha-se a corpo sem alma, ela não tem vida. Ela tem barulho, choro e gritos – como acontece em um funeral – mas muitos têm atribuído isso ao Espírito Santo, todavia, não percebem que o Espírito age com e por meio da palavra.



I - A História da Pregação – Sua Majestade e Glória
Não podemos falar sobre este assunto sem entendermos como a História da Igreja o encarou, ou seja, como a Igreja viu a questão da pregação fiel da palavra? No texto que lemos Paulo valorizava a pregação oferecendo conotações dramáticas. O que é a pregação? Stott nos diz que é “a ênfase exclusiva do cristianismo”[3].

Por onde começar a nossa peregrinação histórica da pregação? Dargan nos indica que tal procura deve ser vista no próprio cristo, pois, o “Fundador do cristianismo, pessoalmente, foi o primeiro dos seus pregadores...”[4]. Os evangelhos apresentam cristo como indo e “proclamando as boas-novas de Deus” (Mc.1.14; 1.39; Mt.4.17; 4.23; 9.35).

Somos informados pelas Escrituras que os apóstolos davam prioridade à pregação da Palavra em Atos 6.4.

Os pais apostólicos insistiram nesta mesma temática – a pregação fiel da palavra – conforme vemos no relato de Justino Mártir:

E no dia chamado Domingo, todos quantos moram nas cidades ou no interior reúnem-se juntos num só lugar, são lidas as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, por tanto tempo quanto possível; depois, tendo terminado o leitor, o presidente instrui verbalmente, e exorta à imitação dessas coisas virtuosas. Em seguida, todos nos colocamos de pé e oramos e, conforme dissemos antes, ao terminarem as nossas orações são trazidos pão, vinho e água, e o presidente, de modo semelhante, oferece orações e ações de graças, segundo a sua capacidade, e o povo concorda dizendo amém.[5]

Outro pai apostólico chamado Tertuliano diz basicamente a mesma verdade sobre a pregação da palavra no dia do Senhor. Mas, penso que não existe pregador mais proeminente na história da Igreja do que o João Chryssostomos – conhecido como o Boca de Ouro – bispo na Igreja Grega; os historiadores dizem que pregação de Chryssostomos possuía quatro características basilares que veio a tornar-se padrão para a pregação fiel;

1.Era uma pregação Bíblica.
2.Interpretação simples e direta.
3.Aplicação prática.
4.Era destemida em suas colocações.
Na realidade ele “era mártir do púlpito, pois foi principalmente sua pregação fiel que provocou o seu exílio”[6]. No período dos reformadores e dos puritanos a pregação recebeu tamanha importância, a ponto de o bispo Latimer dizer: “A Palavra de Deus é semente para ser lançada no campo de Deus” e “o pregador é o semeador”, o título deste sermão era “Mão no Arado”, durante um momento de sua pregação Latimer , faz uma pergunta inusitada: “Quem é o bispo e prelado mais diligente em toda a Inglaterra, que supera todos os demais no exercício do seu cargo? ...Vocês querem saber quem é? – é o Diabo. É ele o pregador mais diligente entre todos dos demais”, ele prosseguiu:

Nunca está ausente da sua diocese; nunca está longe de sua comunidade eclesiástica; você nunca o achará desocupado; sempre está na sua paróquia; mantém resistência a todo tempo; você nunca o achará indisponível... Onde o Diabo está em residência e está com seu arado em andamento, ali: fora os livros e vivam as velas! Fora as Bíblias e vivam os rosários! Fora a luz do evangelho e viva a luz das velas – até mesmo ao meio-dia! [...] vivam as tradições e as leis dos homens! Abaixo as tradições de Deus e sua santíssima Palavra! [...] portanto vocês, prelados que não pregam, aprendam com o Diabo: a serem diligentes no exercício do seu cargo [...] Se vocês não quiseram aprender de Deus, nem de homens bons, a serem diligentes no cargo, aprendam do Diabo.[7]

Ou seja, se somos preguiçosos para estudarmos a Palavra de Deus para aplicar, pregar e defendê-la, se não pregamos e expomos a Palavra de Deus aos homens somos inimigos da causa do evangelho. E a pregação é o único veículo pelo qual o mundo pode encontrar salvação.

Então, pregue a Palavra, pois, a pregação continua sendo majestosa e é nosso dever pregar com autoridade singular sem reservas, sem medo, e crendo que Deus tem usado este método para salvar pecadores como declarou Paulo no texto que citamos acima.



II – A Pregação Fiel é Aquela que Expõe o Texto
Algumas pessoas dizem que tudo o que vemos na Igreja nos Domingos à noite deve ser caracterizado como pregação; todavia, a autêntica pregação é aquela que expõe o texto, conhecida como pregação expositiva. Ela deve ser uma prática na vida daqueles que sobem ao púlpito; temos visto que, muitos preferem pregar temática ou topicamente. Por quê? Bem, porque é mais fácil pregar em cima de um tema; geralmente os teólogos sistemáticos pregam desta forma; trabalham temas na Igreja no Domingo à noite – não estou dizendo que a pregação não deva Ter um tema – o que estou dizendo é que o texto não pode ser exposto com a pressuposição doutrinária que se deve abordar.

Deixe-me explicar: Imagine que você quer pregar sobre a trindade. Então, lança mão do texto de Gênesis 1.1 para fundamentar a doutrina; a primeira pergunta a ser feita é: Moisés estava pensando na Trindade quando escreveu este texto, especialmente no uso do substantivo plural elohim? E se formos sinceros diremos que não, logo o texto não serve, mas isso anula a doutrina? Não. Agora você prepara um estudo sobre o assunto, e começa com João 14.23 – “viremos e faremos nele morada” cristo está falando de uma Trindade? Sim. Então eu posso agora compreender Gênesis 1.1 – ali vejo, pelo escopo de toda a revelação, a forma embrionária da Trindade.

A pregação expositiva ela se concentra apenas no texto que é lido. Por que é tão difícil pregar expositivamente? Porque exige mais do pregador:

1.Exige conhecimento histórico: o contexto da passagem deve ser levado em consideração.
2.Exige conhecimento do texto original e de sua gramática
3.Exige conhecimentos de exegese e hermenêutica.
4.Exige muita leitura – manuais de exegese, manuais de interpretação, comentários bíblicos.
5.Exige conhecimento dos sistemas doutrinários: credos, confissões, teologias sistemáticas.
A Igreja sempre pregou expositivamente? Esta é uma grande pergunta. A resposta é afirmativa, pois vemos isso no dia de Pentecostes que o sermão de Pedro foi expositivo, veja como está estruturado o sermão:

I – Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus.

•Em Sua vida
•Em Sua morte
•Em Sua Ressurreição
•Em Sua ascensão aos Céus.
II - Jesus recebeu o Espírito santo e derramou o que vocês vêem e ouvem .

III – Deus fez a este Jesus, Que vocês crucificaram, Senhor e Cristo.

IV – Aplicação

•Arrependam-se
•Sejam batizados em o nome de Jesus Cristo.
V – Promessas:

•Remissão dos pecados
•Dom do Espírito Santo
•Inclusão dos Filhos
•E muitos que estão longe, tantos quantos o nosso Deus chamar.[8]
Outro texto neotestamentário que nos apresenta uma pregação expositiva é Atos 7 – conhecido como o sermão de Estevão. Este tipo de sermão sempre esteve presente na vida da Igreja desde os seus primórdios, o sermão do monte que Cristo proferiu é expositivo.

Por que pregar expositivamente? Penso que a pregação expositiva nos oferece algumas verdades fundamentais:

1.Restaura a pregação da crise.
2.Anula os métodos subjetivistas (místicos)
3.Restaura a autoridade da Bíblia
4.Restaura a vida da Igreja.
Estas quatros realidades são manifestadas quando pregamos expositivamente. Isso implica em algumas coisas. Primeiro, nos mostra que a crise na pregação de hoje é o resultado da nossa negligência, pois, não estamos pregando a Bíblia fielmente. Esquecemos do que Paulo nos diz em 1 Coríntios 4.1-2 nossa pregação deve ser fiel; em segundo lugar, os métodos subjetivos deve ser rejeitados quando pregamos expositivamente a palavra, um exemplo disso, é o uso que muitos fazem de João 14.6, e dizem que vêem ali três coisas:

Caminho – indica a lei de Deus.
Verdade – Indica que o mundo é uma mentira
Vida – indica a Pessoa de Cristo.

Esta abordagem do texto é subjetiva, e ignora a exegese do texto. Jesus não está dizendo três coisas distintas, mas ele está usando uma figura chamada Tríade Sinonímica. Isto quer dizer que Cristo estava dizendo uma única coisa: Eu sou o caminho vivo e verdadeiro. Então não adiante pegar este texto para fazer uma pregação de três pontos!

Quando pregamos expositivamente restauramos a autoridade da Bíblia, estamos dizendo ao nosso povo que todas as nossas idéias derivam da Bíblia. Ou seja, a pregação expositiva diz que a Bíblia continua sendo o padrão absoluto em um mundo pós-moderno. Por que dizemos isso? É porque sabemos que nem “todas as respostas que a igreja proporciona por meio dos seus pregadores proclamam boas-novas. Algumas simplesmente abandonaram toda esperança de encontrar uma fonte da verdade que tenha autoridade.” A Bíblia se torna o centro do culto e da vida do crente quando é confrontado expositivamente pelo texto sagrado no Domingo à noite. “Tal pregação apresenta a voz de autoridade que não procede do homem e assegura respostas não sujeitas a fantasias culturais”.[9] A Bíblia recebe plenamente a autoridade quando pregamos fielmente as Escrituras.

A pregação expositiva também oferece vida para a Igreja. A lei de Deus quando é ensinada oferece vida e vivifica a alma (Sal. 119.25; João 6.68). A pregação é a palavra de Cristo à Igreja; é nosso dever pregar expondo a Bíblia.



III – A Pregação Fiel está Compromissada com a Suficiência da Bíblia como Palavra de Deus
Como identificar uma Igreja verdadeira? Bem, temos visto que a pregação fiel da palavra é a principal marca de uma Igreja verdadeira. Não é qualquer pregação, note é a pregação fiel. Ou seja, ela deve ser fiel a revelação de Deus. Isso nos leva para o principio da Reforma chamado de Sola Scriptura (somente as Escrituras).

Todo sermão deve refletir a crença incontestável de que a Bíblia é a única fonte de autoridade na vida da Igreja. Os que não crêem assim podem até pregar, mas não são pregadores fiéis a Bíblia, e assim, a Igreja que pastoreiam não pode ser classificada como Igreja verdadeira.

O que estamos querendo dizer é que a pregação expositiva condena toda prática e doutrina que suplanta as Escrituras por meio de novas revelações ou tradições humanas. O “assim diz o SENHOR” das Escrituras é o imperativo da pregação expositiva. Bíblia e somente Bíblia e nada de revelações, supostamente produzidas pelo Espírito Santo!

A pregação fiel é o principal meio de graça da Igreja de Cristo, ou seja, Cristo fala a sua Igreja somente por meio dela, pois, ela é a Palavra de Cristo – Hebreus 1.1; no entendimento presbiteriano a pregação é o “mais excelente meio pelo qual a graça de Deus é comunicada aos homens...”[10].

As nossas experiências espirituais não podem de forma alguma anular a Palavra proclamada de Deus (2 Pedro 1.15-21) , é exatamente isso que nos diz Pedro, ele que teve uma tremenda experiência no monte da Transfiguração, mas não usou esta experiência para sufocar a palavra profética que estava sendo anunciada.

A pregação expositiva quebra toda tradição anti-bíblica; não há meios pelo qual possamos ser pregadores fiéis e mantermos tradições que não tem apoio na Bíblia. Os nossos e credos devem ser analisados a luz da Palavra de Deus. O fundador do presbiterianismo na Inglaterra Thomas Cartwright era um bom Anglicano, todavia, decidiu fazer uma série de pregações expositivas no livro de Atos e descobriu que o governo da Igreja primitiva era o sistema de governo presbiteriano, então, ele rompeu com sua tradição Anglicana e iniciou o presbiterianismo Inglês.[11]

A pregação fiel reconhece que a Escritura é plenamente suficiente em tudo o que afirma, pois, é assim que nos ensina Paulo em 2 Timóteo 3.15-17. A pregação expositiva deve estar compromissada com a verdade da suficiência da Palavra de Deus.



IV – A Pregação Fiel Restaura o Culto
Como saber se a Igreja que freqüentamos é verdadeira? Devemos olhar para o culto! O culto é o reflexo de como tratamos a pregação; ou é o resultado da pregação. A pregação torna o culto o que ela é.

A pregação expositiva é simples. Logo o culto deve ser simples. A pregação expositiva é clara; cada ato litúrgico deve ser claro; a pregação expositiva é bíblica; tudo no culto deve Ter sanção bíblica. A pregação expositiva é prática, então, o culto deve prático; a pregação expositiva visa a glória de Deus e por conseqüência o culto deve manifestar plenamente essa glória de Deus.

A pregação ocupa o lugar central no culto que prestamos a Deus. A reforma litúrgica só torna-se possível se a pregação estiver neste lugar central. Josías nos tempos do Antigo Testamento fez uma reforma radical no culto porque a Lei de Deus fora achada e lida! A Reforma Protestante foi a reforma do culto mediante a Proclamação da Palavra. A palavra reforma o culto.

Calvino ao falar sobre a primazia da pregação no culto, em seu manual eclesiástico, diz que a “pregação da Palavra deveria ser o elemento essencial do culto público e a tarefa primordial e central do ministério pastoral”.[12] E ainda Calvino diz que “Satanás tenta destruir a igreja fazendo desaparecer a pregação Pura.”[13], ele ainda costumava dizer que

“os sinais pelos quais a igreja é reconhecida são a pregação da Palavra e a observância dos sacramentos, pois estes, onde quer que existam, produzem fruto e prosperam a benção de Deus. Eu não estou dizendo onde quer que a Palavra seja pregada os frutos imediatamente apareçam; mas que onde quer que seja recebida e habite por algum tempo, ela sempre manifesta a sua eficácia”[14]

Então, se desejamos saber se estamos em uma Igreja verdadeira devemos de fato olhar como a pregação afeta o culto! Um culto onde os homens não são reverentes, não ouvem a pregação da Palavra como elemento Central (Veja: Neemias 8), este culto não foi restaurado pela Pregação. E por quê? Porque fala-se da Palavra, mas não se prega ela fielmente! Em muitos cultos a Palavra é usada como apêndice, pois, o Teatro, o coral, a coreografia, as palmas, o conjunto de Louvor tornam-se o centro do culto, remove-se a pregação e coloca-se o entretenimento. A pregação dura apenas alguns minutos, e é tratada de forma subjetiva e a mensagem é triunfalista! “Deus vai mudar sua sorte”, “Deus me revelou que a tua vitória vai chegar”; e assim, eles chamam isso de pregação. Isso não é a pregação que caracteriza a verdadeira Igreja.

A pregação fiel restaura o culto porque coloca Deus no lugar de Deus, e o homem no lugar de homem. Onde o pecado é confrontado, os deveres são exigidos, onde a santidade é exposta, onde o inferno é mostrado, onde a graça é manifestada na proclamação temos uma Igreja verdadeira. O culto verdadeiro é reflexo de uma pregação fiel. A Igreja que ama a pregação expositiva é uma Igreja preparada para enfrentar o mundo; se amamos a pregação expositiva vamos inevitavelmente amar o culto a Deus.



Conclusão
Diante do que já temos exposto o que podemos aprender e aplicar para nossas vidas? Que conclusões podemos tirar de tudo isso que falamos?

1.Nunca despreze a Pregação: A história do cristianismo nos alerta para a majestade da pregação e sua glória.
2.Entenda que a Igreja Verdadeira valoriza a Pregação expositiva: Para identificar se aquela Igreja é verdadeira avalie sua pregação, se ela não expõe fielmente os ensinos da Bíblia, saiba que ali não há Igreja alguma.
3.Apegue-se a verdade de que a Igreja Verdadeira está comprometida com a suficiência da Palavra de Deus: Línguas, profecias e revelações ou tradições humanas não podem silenciar a voz do púlpito!
4.Se uma pregação em uma Igreja não restaura o culto, então, ali não temos uma Igreja verdadeira: A Igreja Verdadeira terá a preocupação de que tudo o que for realizado no culto deve ser ordenado, por um mandamento explícito, exemplo histórico e inferência bíblica. A Igreja que está comprometida com a pregação expositiva terá profundo amor para com o culto a Deus e visará somente a glória de Deus!


Sobre o autor: João Ricardo é professor do Seminário Presbiteriano Fundamentalista do Brasil.



_________________________
Notas:

[1] CHAPELL, Brayan. Pregação Cristocêntrica – Restaurando o sermão expositivo: Um guia prático e teológico para a pregação bíblica, São Paulo: Cultura Cristã, 1ªEdição, 2002,p.17.
[2] Apud, MARCARTHUR, JR, John. Com Vergonha do Evangelho – Quando a Igreja se Torna como o Mundo, São Paulo: FIEL, 2ª edição, 2004, p. 5

[3] STOTT, John. Eu Creio na Pregação, São Paulo: Vida, 2003, p.15

[4] DARGAN, E.C. History of Preaching, p.7, vol. II In: STOTT, John. Eu Creio na Pregação, São Paulo: Vida, 2003, p.17.

[5] MÁRTIR, Justino. Primeira Apologia, Cap. 67, In: Ante-nicene Fathers, p.

[6] SCHAFF, Philip (org.). The Nicene and Post-Nicene Fathers, p. 22, vol. 9.

[7] Works of Hugh Latimer, p.59-78, vol, 1.

[8] SMITH, Morton H. Systenatic Theology, Vol. 2, Estados Unidos da América: Greenville Seminary Press, 1994, p.563

[9] CHAPEL, Bryan. Pregação Cristocêntrica – Restaurando o sermão expositivo: Um guia prático e teológico para a pregação bíblica, São Paulo: Cultura Cristã, 1ªEdição, 2002,p.11

[10] ANGLADA, Paulo R.B. Introdução à Pregação Reformada, Pará: 2006, p.66

[11] LLOYD-JONES, David Martyn. O Puritanismo e Suas Oringens, São Paulo: PES, p.23.

[12] MERLE D’AUBIGNÉ, J.H. History of the Reformation in the Time of Calvino, Vol. 7, Albany, Oregon: Ages,1998, 82.

[13] CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã, 4.1.2, São Paulo: Cultura Cristã, 2007.

[14] Ibid, 4.1.10.

_____________________________________________
Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/escrituras-sagradas/pregacao-fiel-da-palavra-marca-distintiva-de-uma-igreja-verdadeira-joao-ricardo.html#ixzz0uBmwIuZ0

domingo, 11 de julho de 2010

Amor ao mundo ou a Deus?

Amor ao mundo ou a Deus?




TEXTO: 1 João 2.15-17

Amada igreja do senhor, graça e paz sejam convosco. Vivemos dias em que a igreja tem passado, não por um avivamento, mas por um esfriamento espiritual; a profecia de Mateus 24.12 tem se cumprido em nossos dias, no meio da igreja do Senhor Jesus, o texto nos diz que “por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará”. De fato, o amor pela causa do Mestre tem se esfriado mais e mais, muitos tem dado ouvidos a fabulas, a falsas doutrinas, a carnalidade e ao mundo, porém no mesmo capitulo de Mateus 24, no versículo 13, tem uma promessa de vida, qual é essa promessa? “aquele que perseverar até ao fim será salvo”. Dentro desta perspectiva, a Bíblia ensina que os verdadeiros servos de Deus devem se opor ao mundo, porque:

1. O mundo está em trevas e nós somos luz, “Vós sois a luz do mundo”, Mt 5.14.

2. Deus trará juízo sobre este mundo por causa dos escândalos contra a palavra de Deus, “Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte”, Mt 18.7.

3. O mundo abafa a Palavra de Deus semeada em nossos corações, “Mas, os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera”, Mc 4.19.

4. No mundo não há paz, mas confusão, só em Jesus temos a paz verdadeira, “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá”, João 14.27.

5. O mundo nos odeia e nos afligi porque não lhe pertencemos, “Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”, Jo 15.18,19. – “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas, tende bom ânimo, eu venci o mundo”, João 16.33. “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não são do mundo, como eu do mundo não sou”, Jo 17.14,16.

6. Não devemos nos conformar com este mundo, “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, Rm 12.2. O que significa este versículo pra nós? Vamos entender:

Conformar:

- ter a mesma forma que outro

- similar

- moldar-se de acordo com a mente e caráter de alguém
Ou seja, devemos ter e ser uma vida completamente diferente do mundo.

Quem ama o mundo, pratica as coisas do mundo, ou seja é dado as obras do mundo e quais são essas obras?

Obras do mundo
- “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: Prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”, Gl. 5:19-21

Prostituição - imoralidade sexual; adultério, fornicação, homossexualidade.
Impureza - proveniente de desejos sexuais, vida devassa, luxúria.
Lascívia - ações indecentes, conduta vergonhosa, sensualidade.
Idolatria - tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus
Feitiçarias - artes mágicas; I Sm. 15:23 = Rebelião = oposição a autoridade ou poder dominante
Inimizades - que detesta e se opõe a outro, hostil.
Porfias - contenda, disputa, discussão; comparada a idolatria – I Sm. 15:23
Emulações - ciúmes, rivalidade invejosa ou contenciosa.
Iras - paixão, raiva, fúria que ferve de forma imediata e logo se acalma outra vez. Ef. 4:26 – irai-vos e não pequeis
Pelejas - ambição egoísta, discórdia.
Dissensões - divisão, briga, divergência.
Heresias - opinião doutrinária contrária à verdade Bíblica
Invejas - misto de pena e de raiva; sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem; desejo de possuir aquilo que os outros possuem; ciúme; emulação, cobiça.
Homicídios - tirar a vida de alguém
Bebedices - inclui baderna, farra, danças... Frase de David Wilkerson: "Santos que Bebem um Golinho" - um clamor contra a alarmante disseminação da bebida entre os cristãos
Glutonarias - comer demais




(Extraído do site: http://www.levandoapalavra.com/)



Diante de tudo isto, a pergunta é: Que mundo é este, que João fala que não devemos amar? Não devemos ser tão ingênuos em pensar que é o globo terrestre, mas a colocação de João é para que evitemos as obras da carne.
A real intenção de Cristo nos chamar, pelo poder do seu sangue é para que busquemos a perfeição, disse Jesus: “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim”, João 17.23. O apostolo Paulo declara em Ef 1.4 que Fomos escolhidos para a santidade: “Como, também, nos elegeu nele, antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis, diante dele em amor”. Que possamos seguir o principio de Cristo que é: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”, Mt 16.24. Quem quer servir ao Senhor Jesus deve:

1. Renunciar a si próprio,
2. Tomar a sua cruz e,
3. Seguir a Jesus.

Quem não segue este principio, Jesus disse que: “Quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim”, Mt 10.38.
Que Deus nos ajude a compreender a sua Palavra e com a ajuda do Espírito Santo possamos guardar em nossos corações e por em pratica o que aprendemos hoje. Amém.
_____________________________________________
Sermão pregado pelo Reverendo Davi Gomes do nascimento, no dia 11/07/2010 no templo da Igreja Presbiteriana Fundamentalista Betel a qual é pastor. O Reverendo davi é formado em Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano fundamentalista do Brasil e atualmente é professor do Seminário Presbiteriano fundamentalista do Brasil em Patos - PB, onde é professor de Novo Testamento.