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sábado, 27 de fevereiro de 2010

A ORIGEM DO APELO FEITO APÓS OS SERMÕES


A ORIGEM DO APELO FEITO APÓS OS SERMÕES


Respondendo aos apelos Popularizado pelos encontros campais nas fronteiras e o “banco dos ansiosos” de Charles Finney, o chamado ao altar se tornou um gancho evangelístico das igrejas americanas.



O pastor encerra seu sermão: “O Espírito Santo convida você a vir. A congregação orando, esperando ansiosa, convida você a vir. Na primeira nota da primeira estrofe, desça as escadas, desça por estes corredores. Que os anjos possam acompanhá-lo. Que o Espírito Santo de Deus o encoraje. Que a presença de Jesus caminhe ao seu lado enquanto você vem, enquanto nós permanecemos em pé e enquanto cantamos”. E as pessoas realmente vêm. Semana após semana, em igrejas por toda a América – e outras partes do mundo – cenas como essa acontecem ao fim de milhares de sermões. A congregação fica em pé e canta “Assim como sou” ou “Venha como você está”. Os pecadores caminham pelos corredores e oram por salvação.
Este método evangelístico bem comum, conhecido como chamado ao altar ou convite público, não foi sempre assim. Evangelistas bem-sucedidos como George Whitefield, Jonathan Edwards e John Wesley nunca fizeram um chamado ao altar. De fato, eles nem sequer sabiam o que era isso. Eles convidavam seus ouvintes apaixonadamente para vir a Cristo pela fé e aconselhavam regularmente os pecadores ansiosos depois dos cultos. Mas não lhes pediam para dar uma resposta pública ou física após os apelos evangelísticos. Então, de onde vem a idéia do chamado ao altar? Quando começou?
Inicialmente, o chamado ao altar era usado como um meio eficiente de reunir pessoas espiritualmente interessadas em se juntarem para aconselhamento após um sermão. Em vez de procurar os penitentes um a um, o pregador os chama à frente, ou a outra sala, para conversar e orar. Alguns ministros anglo-americanos usaram estes chamados ao altar no fim da primeira década do século 18, mas apenas durante os encontros campais do segundo grande despertamento da América foi que eles realmente ganharam espaço.
Os encontros campais eram comuns nos Estados fronteiriços, como Kentucky e Tennessee, por volta do começo do século 19. Estas reuniões que duravam alguns dias eram um meio de os ministros (a maioria metodista, batista, presbiteriana e discípulos) introduzirem o evangelho aos colonos rurais. As primeiras reuniões campais foram feitas com pregações apaixonadas e respostas extremas. Centenas de ouvintes gritavam, gemiam, desmaiavam, contorciam-se e choravam desesperadamente. Os ministros geralmente viam estas respostas como evidência da obra do Espírito Santo.
Por volta de 1805, estes movimentos corporais espontâneos eram menos comuns. Os ministros usavam um “convite ao altar” como um meio visível de medir a resposta das pessoas às suas mensagens. Os “altares” eram áreas cercadas perto do lugar principal de pregação no campo onde os pregadores instigavam os pecadores a buscar a salvação. O pregador metodista Peter Cartwright descreveu um encontro campal em 1806: “O altar estava cheio de gente transbordando em lamentos”. Outro pregador metodista contou detalhadamente o momento em que “o cercado estava tão cheio de gente que as pessoas não tinham a possibilidade de fazer qualquer movimento lateral, mas estavam literalmente cambaleando em massa”. Os metodistas experimentaram um crescimento exponencial durante os primeiros 20 anos do século 19, em parte por causa de seus métodos evangelísticos, incluindo os encontros campais e os chamados ao altar.
Muitas pessoas consideram Charles Grandison Finney (1792-1875) o “pai” do chamado ao altar. Ordenado ministro presbiteriano em 1823, Finney começou a fazer os convites públicos muito tempo depois de os metodistas já terem feito desse método parte regular de seus encontros campais. Finney, entretanto, fez mais que qualquer outro para estabelecer os chamados como uma prática aceitável e popular no evangelismo americano. Ele normalmente chamava os pecadores ansiosos até a frente da congregação para se sentarem no “banco dos ansiosos”. Ali, eles recebiam oração e geralmente ouviam um sermão individual. O chamado ao altar também foi uma das famosas “novas medidas” de Finney. Ele estava convencido de que os ministros poderiam produzir avivamento usando os métodos corretos e que o chamado ao altar “era necessário para tirar [os pecadores] do meio da massa de ímpios para levá-los a uma renúncia pública de seus caminhos pecaminosos”.
Enquanto muitos abraçaram as “novas medidas” de Finney, outros estavam desconfiados da teologia que sustentava a prática. Finney acreditava que a morte de Cristo tinha tornado a salvação possível para todos. A depravação humana era “uma atitude voluntária da mente”, e não algo que tinha nascido conosco. A conversão, portanto, dependia da vontade humana ser persuadida a se arrepender e confiar em Cristo. De acordo com Finney, o chamado ao altar era uma ferramenta muito persuasiva para mudar a vontade humana. Ministros calvinistas, como Asahel Nettleton, rejeitaram a confiança que Finney tinha na capacidade humana e sua dependência no chamado ao altar. Eles acreditavam que o ser humano nasceu com uma natureza pecaminosa. Os pecadores eram incapazes de confiar em Cristo até que Deus mudasse seus corações. O historiador Iain Murray aponta que muitos oponentes ao chamado ao altar “alegavam que o chamado para uma ‘resposta’ pública confundia um ato externo com uma mudança espiritual interna”. Além disso, diz Murray, o chamado ao altar efetivamente “instituiu uma condição de salvação que nunca apontava para Cristo”. Os críticos argumentam que o evangelismo do chamado ao altar resultou em uma falsa segurança, já que uma grande parcela daqueles que iam à frente para “receber a Cristo” logo apostatavam.
A despeito das críticas, o chamado ao altar continua. Tornou-se um artefato permanente no evangelismo americano. Só é preciso assistir a alguns poucos minutos de uma cruzada de Billy Graham na televisão para reconhecer que aquilo que um dia foi uma “nova medida” se tornou uma tendência dominante. A voz distinta de Graham chama em alto som: ”Suba ali, desça aqui, eu quero que você venha. Se você estiver com parentes e amigos, eles vão esperar por você. Os ônibus vão esperar por você. Cristo percorreu todo o caminho da cruz porque Ele o amava. Certamente você pode dar alguns passos e dar sua vida a Ele”. Enquanto o local deixou de ser a remota Kentucky e se transferiu para os modernos estádios de futebol, e o meio de transporte evoluiu de carroças cobertas para ônibus fretados, o chamado ao altar resistiu. É caracterizado até hoje nas histórias de incontáveis cristãos que contam ter encontrado Cristo quando ficaram em pé, deram passos até a frente e chegaram ao altar, respondendo ao apelo.
Douglas A. Sweeney é professor universitário de História da Igreja e de História do Pensamento Cristão na Trinity Evangelical Divinity School. Mark C. Rogers é pós-graduando em Teologia Histórica na mesma instituição.
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Fonte: Cristianismo Hoje

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O motivo mais importante para o arrependimento




O motivo mais importante para o arrependimento
Charles Haddon Spurgeon
“Olharão para aquele a quem traspassaram” (Zacarias 12.10).






O quebrantamento santo que faz um homem lamentar o seu pecado surge de uma operação divina. O homem caído não pode renovar seu próprio coração. O diamante pode mudar seu próprio estado para tornar-se maleável, ou o granito amolecer a si mesmo, transformando-se em argila? Somente aquele que estendeu os céus e lançou os fundamentos da terra pode formar e reformar o espírito do homem. O poder de fazer que da rocha de nossa natureza fluam rios de arrependimento não está na própria rocha. O poder jaz no onipotente Espírito de Deus... Quando Deus lida com a mente do homem, por meio de suas operações secretas e misteriosas, Ele a enche com uma nova vida, percepção e emoção. “Deus... me fez desmaiar o coração” (Jó 23.16), disse Jó. E, no melhor sentido, isso é verdade. O Espírito Santo nos torna maleáveis e nos tornamos receptíveis às suas impressões sagradas... Agora, quero abordar o âmago e a essência de nosso assunto.
O enternecimento do coração e o lamento pelo pecado são produzidos por olharmos, pela fé, para o Filho de Deus traspassado. A verdadeira tristeza pelo pecado não acontece sem o Espírito de Deus. Mas o Espírito de Deus não realiza essa tristeza sem levar-nos a olhar para Jesus crucificado. Não há verdadeiro lamento pelo pecado enquanto não vemos a Cristo... Ó alma, quando você chega a contemplar Aquele para quem todos deveriam olhar, Aquele que foi traspassado, então seus olhos começam a lamentar aquilo pelo que todos deveriam chorar — o pecado que imolou o seu Salvador!
Não há arrependimento salvífico sem a contemplação da cruz... O arrependimento evangélico é o único arrependimento aceitável. E a essência desse arrependimento é olhar para Aquele que foi moído pelos pecados... Observe isto: quando o Espírito Santo realmente opera, Ele leva a alma a olhar para Cristo. Nunca uma pessoa recebeu o Espírito de Deus para a salvação, sem que tenha recebido dEle o olhar para Cristo e o lamentar por seus pecados.
A fé e o arrependimento são gerados e prosperam juntos. Ninguém deve separar o que Deus uniu! Ninguém pode arrepender-se do pecado sem crer em Jesus, nem crer em Jesus sem arrepender-se do pecado. Olhe, então, com amor para Aquele que derramou seu sangue, na cruz, por você. Por meio desse olhar, você obterá perdão e quebrantamento. Quão admirável é o fato de que todos os nossos males podem ser curados por um único remédio: “Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra” (Is 45.22). Contudo, ninguém olhará para Cristo sem que o Espírito de Deus o incline a fazer isso. Ele não conduz uma pessoa à salvação, se ela não se rende às suas influências e não volve seu olhar para Jesus...
O olhar que nos abençoa, produzindo quebrantamento de coração, é o olhar para Jesus como Aquele que foi traspassado. Quero me demorar nisso por um momento. Não é somente o olhar para Jesus como Deus que afeta o coração, mas também olhar para este mesmo Senhor e Deus como Aquele que foi crucificado por nós. Vemos o Senhor traspassado, e, em seguida, inicia-se o traspassamento de nosso coração. Quando o Espírito Santo nos revela Jesus, os nossos pecados também começam a ser expostos...
Venham, almas queridas, vamos juntos à cruz, por um pouco, e notemos quem era Aquele que recebeu a lançada do soldado romano. Olhe para o seu lado e observe aquela terrível ferida que atingiu seu coração e desencadeou um duplo fluxo de sangue. O centurião disse: “Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mt 27.54). Aquele que, por natureza, é Deus e governa sobre tudo, sem o Qual “nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3), tomou sobre Si mesmo nossa natureza e se tornou homem, como nós, mas não tinha qualquer mácula de pecado. E, vivendo em forma humana, foi obediente até à morte, morte de cruz. Foi Ele quem morreu! Ele, o único que possui a imortalidade, condescendeu em morrer! Ele, que era toda a glória e poder, sim, Ele morreu! Ele, que era toda a ternura e graça, sim, Ele morreu! Infinita bondade esteve pendurada na cruz! Beleza indescritível foi traspassada com uma lança! Essa tragédia excede todas as outras! Por mais perversa que tenha sido a ingratidão do homem em outros casos, a sua mais perversa ingratidão se expressou no caso de Jesus! Por mais horrível que tenha sido o ódio do homem contra a virtude, o seu ódio mais cruel foi manifestado contra Jesus! No caso de Jesus, o inferno superou todas as suas vilezas anteriores, clamando: “Este é o herdeiro; ora, vamos, matemo-lo” (Mt 21.38).
Deus habitou entre nós, e os homens não O aceitaram. Visto que o homem foi capaz de traspassar e matar o seu Deus, ele cometeu um pecado horrível. O homem matou o Senhor Jesus Cristo e O traspassou com uma lança! Nesse ato, o homem mostrou o que fariam com o próprio Eterno, se pudesse chegar até Ele. O homem é, no coração, assassino de Deus. Ele se alegria se Deus não existisse. Ele diz em seu coração: “Não há Deus” (Sl 14.1). Se a sua mão pudesse ir tão longe quanto o seu coração, Deus não existiria nem mesmo por mais uma hora. Isto dá ao traspassamento de nosso Senhor uma forte intensidade de pecado: foi o traspassamento de Deus.
Por quê? Por que razão o bom Deus foi assim perseguido? Oh! pelo amor de nosso Senhor Jesus Cristo, pela glória de sua Pessoa, pela perfeição de seu caráter, eu lhe peço — admire-se e envergonhe-se de que Ele foi traspassado! Não foi uma morte comum. Aquele assassinato não foi um crime comum. Ó homem, Aquele que foi traspassado com a lança era o seu Deus! Na cruz, contemple o seu Criador, o seu Benfeitor, o seu melhor Amigo!
Olhe firmemente para Aquele que foi traspassado e observe o Sofredor que é descrito na palavra “traspassado”. Nosso Senhor sofreu severa e terrivelmente. Não posso, em uma mensagem, descrever a história de seus sofrimentos — as tristezas de sua vida de pobreza e perseguição; as angústias do Getsêmani e do suor de sangue; as tristezas de seu abandono, traição e negação; as tristezas no palácio de Pilatos; os golpes de chicotes, o cuspe e o escárnio; as tristezas da cruz, com sua desonra e agonia... Nosso Senhor foi feito maldição por nós. A penalidade do pecado ou o que lhe era equivalente, Ele a suportou, “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados” (1 Pe 2.24). “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).
Irmãos, os sofrimentos de Jesus devem amolecer nosso coração! Nesta manhã, lamento o fato de que não me entristeço como deveria. Acuso a mim mesmo daquele endurecimento de coração que eu condeno, visto que posso contar-lhes essa história sem enternecimento de coração. Os sofrimentos de meu Senhor são indescritíveis. Examinem e verifiquem se já houve tristeza semelhante à de Jesus! A sua tristeza foi abismal e insondável... Se você considerar firmemente a Jesus traspassado por nossos pecados e tudo que isso significa, seu coração se dilatará! Mais cedo ou mais tarde, a cruz desenvolverá todo sentimento que você será capaz de produzir e lhe dará capacidade para mais. Quando o Espírito Santo põe a cruz no coração, o coração se dissolve em ternura... A dureza de coração desaparece quando, com profundo temor, contemplamos a Jesus sendo morto.
Devemos também observar quem foram os que traspassaram a Jesus. “Olharão para aquele a quem traspassaram.” Ambos os verbos se referem às mesmas pessoas. Nós matamos o Salvador, nós que olhamos para Ele e vivemos... No caso do Salvador, o pecado foi a causa de sua morte. O pecado O traspassou. O pecado de quem? Não foi o pecado dEle mesmo, pois Ele não tinha pecado, e nenhum engano se achou em seus lábios. Pilatos disse: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4). Irmãos, o Messias foi morto, mas não por causa dEle mesmo. Nossos pecados mataram o Salvador. Ele sofreu porque não havia outra maneira de vindicar a justiça de Deus e de prover-nos um escape da condenação. A espada, que deveria cair sobre nós, foi despertada contra o Pastor do Senhor, contra o Homem que era o Companheiro de Jeová (Zc 13.7)... Se isso não quebranta nem amolece nosso coração, observemos por que Ele foi levado a uma posição em que poderia ser traspassado por nossos pecados. Foi o amor, poderoso amor, nada mais do que o amor, que O levou até à cruz. Nenhuma outra acusação Lhe pode ser atribuída, exceto esta: Ele era culpado de amor excessivo. Ele se colocou no caminho do traspassamento, porque resolvera salvar-nos... Ouviremos isso, pensaremos nisso, consideraremos isso e permaneceremos apáticos? Somos piores do que os brutos? Tudo que é humano abandonou a nossa humanidade? Se Deus, o Espírito Santo, está agindo agora, uma contemplação de Cristo derreterá o nosso coração de pedra...
Quero dizer-lhes ainda, ó amados: quanto mais olharmos para Jesus crucificado, tanto mais lamentaremos o nosso pecado. A reflexão crescente produzirá sensibilidade crescente. Desejo que olhem muito para Aquele que foi traspassado, para que odeiem cada vez mais o pecado. Livros que expõem a paixão de nosso Senhor e hinos que cantam a sua cruz sempre foram bastante queridos pelos crentes piedosos, por causa de sua influência sobre o coração e a consciência deles. Vivam no Calvário, amados, até que viver e amar se tornem a mesma coisa. Diria também: olhem para Aquele que foi traspassado, até que o coração de vocês seja traspassado.
Um antigo teólogo dizia: “Olhe para a cruz, até que tudo que está na cruz esteja em seu coração”. E acrescentou: “Olhe para Jesus, até que Ele olhe para você”. Olhem com firmeza para o sua Pessoa sofredora, até que Ele pareça estar volvendo sua cabeça e olhando para você, assim como o fez com Pedro, que saiu e chorou amargamente. Olhe para Jesus, até que você veja a si mesmo. Lamente por Ele, até que lamente por seu próprio pecado... Ele sofreu em lugar, em favor e em benefício de homens culpados. Isso é o evangelho. Não importa o que os outros preguem, “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23). Sempre levaremos a cruz na vanguarda. A essência do evangelho é Cristo como substituto do pecador. Não evitamos falar sobre a doutrina do Segundo Advento, mas, antes e acima de tudo, pregamos Aquele que foi traspassado. Isso levará ao arrependimento evangélico, quando o Espírito de graça for derramado.

*Extraído do sermão matinal de domingo 18 de setembro de 1887, no Tabernáculo Metropolitano de Londres.

Tradução: Pr. Wellington Ferreira

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Fonte: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=249

domingo, 14 de fevereiro de 2010

CARNAVAL, SATISFAÇÃO DA CARNE E INIMIZADE COM DEUS


Neste dias é comemorado no Brasil, o carnaval. Em alguns lugares do país entra em destaque as culturas regionais como as escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, o Maracatu e o frevo no Recife e Olinda, os trios elétricos na Bahia, enfim, todos buscam se alegrar nesta festa, porém desconhecem a sua origem, não sabem nem quando surgiu e o porque surgiu tal festa. Amada igreja do Senhor Jesus, nesta noite eu gostaria de compartilhar com vocês alguns aspectos desta festa, e o efeito que ela causa no mundo espiritual.

I. A ORIGEM DO CARNAVAL.

Esta festa teve inicio bem antes de nascermos, bem antes de Cristo nascer. A exatamente Dez Mil Anos antes de Cristo; homens, mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas nas mais antigas celebrações da humanidade, tais como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e ao Touro Apis.
Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera, que simbolizava o Renascer da Natureza. Os romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria.
A Bacchalia era a festa em homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia, na Grécia, havia um deus muito semelhante a Baco, seu nome era Dionísio, da Mitologia Grega, Dionísio era o deus do vinho e das orgias ou Bacanal.
"O Bacanal ou Bacchalia era o Festival romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a Baco, deus do vinho. Bebedices e orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa comemoração.
Com essas poucas informações, já temos uma visão ampla de que o carnaval é uma festa pagã, onde deuses pagãos eram cultuados com Bebedices e orgias sexuais. Essa festa pagã foi aceita dentro do cristianismo antigo, como carnaval cristão. O Carnaval Cristão passa a existir quando a Igreja Católica oficializa a festa, em 590 d.C. Antes, a instituição condenava a festa por seu caráter “pecaminoso”. No entanto, as autoridades eclesiásticas da época se viram num beco sem saída. Não era mais possível proibir o Carnaval. Foi então que houve a imposição de cerimônias oficiais sérias para conter a libertinagem. Mas esse tipo de festa batia de frente com a principal característica do Carnaval: o riso, a brincadeira e o pecado...
É só em 1545, no Concílio de Trento, que o Carnaval é reconhecido como uma manifestação popular de rua. Em 1582, o Papa Gregório XIII transforma o Calendário Juliano em Gregoriano e estabelece as datas do Carnaval.
No Brasil, o carnaval foi chamado de Entrudo (Folguedo carnavalesco antigo, que consistia em lançar uns aos outros água, farinha, tinta e etc.) por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas. No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado, domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa.


II. A ORIGEM DA PALAVRA CARNAVAL, E O ENSINAMENTO BIBLICO.

São varias as versões sobre a origem da palavra Carnaval. No latim, Karnevāls quer dizer “o tempo em que se tira para o uso da carne”. Será que de fato, a Bíblia aprova essa idéia em que está inserido este contexto, esta festa, em que a carne se sobre sai. Em que a prostituição reina no coração dos homens? O que de fato a Bíblia fala com respeito ao uso da carne como é apoiado por muitos?

1. A Bíblia nos diz que os que andam segundo a carne, são passiveis de morte eterna e são caracterizados como inimigos de Deus, pelo fato de não agradarem a Deus com as suas praticas carnais – “Porque, os que são segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne; mas, os que são segundo o espírito, para as coisas do espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”, Rm 8.5-8. Podemos ver que a atração as coisas carnais, distanciam as pessoas de Deus. Não é só nesta festa pagã, que as pessoas se distanciam de Deus, mais infelizmente durante a sua vida. A festa pagã chamado carnaval, é só a evidência da carnalidade aflorada nas vidas dos que estão distantes do Senhor, pelo fato da Bíblia nos dizer que o ser humano é pecador, e que a sua personalidade espiritual e até mesmo material serem más. Quando vemos as pessoas tão envolvidas nesta festa carnal, podemos notar o quanto são distantes do Senhor, e pecando seriamente contra a sua palavra. Hoje podemos ver os comerciais de tv incentivando o sexo livre, com o usos de preservativos. Nisto tudo vemos também o incentivo a pratica homossexual. A Bíblia nos diz que aquele que se junta a prostituta se faz uma só carne com ela, Paulo diz: “Os manjares são para o ventre, e o ventre para os manjares; Deus, porém, aniquilará, tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. Ora Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque como se diz, serão, serão os dois uma só carne”, 1 Cor 6.13-16. A pratica homossexual aflorada também principalmente nesta época é condenada pela Palavra do Senhor. Em 1 Cor 6.10 nos diz: Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores, herdarão o reino de Deus. Só aqui podemos ver os pecados que são evidentes nesta época. Sabemos que fora desta época, esses pecados, também acontecem, o problema é que neste período eles são aflorados tornando-se evidentes e claros para quem quiser observar.

2. A Bíblia também afirma que os que andam nos prazeres carnais não são filhos de Deus. O Apostolo Paulo nos diz em Rm 9.8: “Não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência”. Os filhos da promessa de Deus buscam de fato se desviar dos prazeres carnais, porque são filhos de Deus. Jesus ainda vai mais além quando diz que os que fazem a vontade da carne são filhos do diabo, Veja João 8.41-47: “Vós fazeis as obras do vosso Pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim, de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? por não poderdes ouvir a minha palavra. Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos do vosso pai: ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem de entre vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus”. Daí nós temos a idéia do porque crente não deve andar em festas pagãs, seja elas carnaval, são João, João Pedro..., por que aqueles que satisfazem a vontade da carne não tem evidências de que são filhos de Deus.

Isto nos serve de alerta, para quando vermos tais festas, nos afastar mais e mais, para não pecar contra o Senhor nosso Deus. Como o Apostolo Paulo bem falou: “Os que estão na carne não podem agradar a Deus”, Rm 8.8. Sabemos que após o culto, muitos seguirão até a praça para ver a festa de carnaval, não podemos impedir, o que podemos fazer é alertá-los para que prestem atenção neste sermão que neste momento ouvem, pois se forem, estarão sujeitos as tentações desta festa profana e pagã e se caírem em tentações como beber, praticas sexuais fora do casamento e outras coisas que são próprias desta época, vocês estarão pecando seriamente contra o Senhor, dando assim evidências de que não são filhos de Deus. Devem nos lembrar do que as propagandas enganosamente mostram que sexo seguro só com preservativos onde na verdade o sexo seguro só depois do casamento.
Aqueles que põe sua fé em Cristo Jesus jamais será engana, pois é essa verdade que a Bíblia ensina: “Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido”, Rm 9.33. Quando olhamos verdadeiramente para Jesus, ficamos deslumbrados com o seu resplendor sobre nossas vidas, passamos por este período reconhecendo os livramentos que o Senhor tem nos dado. Onde muitos neste momento servem a carne para a sua própria condenação, nós servimos ao Deus vivo para a nossa salvação. Quantas e quantas pessoas tem perdido as suas vidas neste período? Quanto jovens neste exato momento estão mergulhando nas drogas, com a idéia falsa de que estão buscando o prazer? Quantas mulheres estão sendo traída pelos seus maridos e quantos maridos estão sendo traídos pelas sua esposas? Amada igreja do Senhor Jesus, sabemos que o verdadeiro prazer está em Jesus, pois é isso que o Salmista fala no Sl 1.1,2: “BEM-AVENTURADO o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”. No Senhor devemos nos alegrar e cantar louvores ao Nome dEle, pois Ele digno do nosso louvor e não os deuses pagãos. Aqueles que tem prazer no pecado, serão julgados e condenados eternamente, Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade, 2 Ts 2.12.
O que lemos em Gl. 5:19-20 está presente na festa da carne (carnaval), e todas essas praticas e também as que são semelhantes a essas nos afastam de DEUS, ou melhor, nos tornam inimigos de DEUS. Veja:
“Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra DEUS, pois não é sujeita à lei de DEUS, nem em verdade o pode ser; e os que estão na carne não podem agradar a DEUS. (Rm. 8:7-8)”.
Para aqueles que não servem ao Senhor, pense nisso e tome uma posição e entregue a sua vida ao ÚNICO, SUFICIENTE, EXCLUSIVO E ETERNO SALVADOR JESUS CRISTO o único que pode te livrar da morte e perdoar todos os teus pecados. O final do caminho do pecado é um caminho sem volta, por que você acha que esse caminho é bom, mais ele conduz a morte eterna, pois ”Há caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte”, Pv 16.25 e “O homem que anda desviado do caminho do entendimento na congregação dos mortos repousará”, Pv 21.16.

Que o Senhor nos abençoe e nos faça entender a sua Palavra e a sua vontade sobre nós.

Rev. Davi Nascimento

sábado, 6 de fevereiro de 2010

MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL


PONTOS DISCUTIVEIS DO MOVIMENTO NEOPENTECOSTAL
O movimento neopentecostal cresce muito atualmente, mais este crescimento não nos impede de questioná-lo, afinal, não somos vitimas do pragmatismo (NOTA 1) carismático que pensa que, se algo deu certo, só pode ser bom e verdadeiro. A nossa base de julgamento é a Palavra, nossa regra de fé e prática. Sem a pretensão de fazer uma abordagem técnica sobre este assunto, discorremos sobre alguns pontos discutíveis do movimento neopentecostal obedecendo três perspectivas. A eclesiológica, a teológica e a prática.
Contudo, vale lembrarmos que neste estudo estaremos abordando o tema neopentecostalismo (NOTA 2) e não sobre o movimento pentecostal (NOTA 3) . E com estudo, não pretendemos atacá-los, mas apenas refletir sobre alguns temas que consideramos discutíveis, até porque temos muitos amigos pertencentes a este movimento.


1. Pontos discutíveis da ECLESIOLOGIA neopentecostal

O pensamento neopentecostal no tocante à eclesiologia (NOTA 4) possui vários pontos questionáveis, porém, nossa abordagem não será exaustiva, explorando apenas três temas relativos: O culto, a evangelização e o ofício ministerial.

1.a. O CULTO neopentecostal

Temos entendido que o propósito exclusivo de um culto é a adoração a Deus e a edificação da alma adoradora. Contudo, não se pode dizer que a igreja neopentecostal tem seguido este propósito, isto porque a ênfase destes cultos, geralmente, não é a glória de Deus. Na "igreja neopentecostal" o conceito de culto é ambíguo, pois, ao invés de cultuar, faz-se "campanhas" de cura, revelação, prosperidade, etc. E desta forma, se Deus comparecer nestes "cultos", terá que ser para servir à agenda semanal destas igrejas e não para ser adorado. A liturgia deles é cheia de "glória a Deus", mas é tão desvirtuada de um padrão bíblico que a ênfase recai sobre fenômenos (pouco comprovados) como curas, milagres e testemunhos muito enfadonhos que resultam mais em projeção pessoal do que em exaltação ao Senhor.
E as pregações, quando não são pura aberração, são cheias de “confissões positivas” do tipo: "Você vai prosperar, use sua fé e prospere, hoje Jesus vai te curar, Deus vai mudar sua vida..." Não existe, portanto, na maioria destas igrejas, uma exposição das Escrituras sequer razoável, capaz de tirar o leigo da ignorância teológica total. Por este fato, quase sempre a palavra do líder passa a ter um valor relativo ao da Palavra de Deus e, o que ele determina, passa a ser seguido como regra de fé e prática.

E esta valorização da "tradição oral" não difere muito da atitude de uma igreja que se chama primitiva, cujo chefe supremo é considerado infalível no que fala e somente agora, por pressão evangélica, é tolerante com a leitura bíblica.

Outro problema é o que o culto neopentecostal, que não tem espaço para a adoração, se corrompe mais ainda com a demasiada cobrança de oferta dos fiéis (quase sempre prometendo a estes soluções da parte de Deus) o que tem dado a estes "cultos" um caráter mercantilista e explorador. Não somos contrários a se pedir ofertas, diga- se de passagem, mas não concordamos com a falta de bom senso e critério bíblico na administração destas coisas no culto a Deus.

1.b. A EVANGELIZAÇÃO neopentecostal

A evangelização do movimento neopentecostal apresenta uma problema seriíssimo que é o proselitismo (NOTA 5), uma característica inconfundível de uma seita. Muitos deles são do tipo que "pescam no aquário dos outros" por alimentarem a crença de que são os detentores da verdade, enquanto os demais estão enganados. A igreja verdadeira não faz prosélitos, faz “convertidos que são discípulos”. A busca do crescimento numérico por meio do proselitismo é no mínimo insensata, pois podemos até persuadir alguém a ser um religioso, mas só Deus pode transforma-lo em nova criatura. Às vezes penso que as campanhas evangelísticas de nossos dias têm mais aparência proselitista do que evangelística. Afinal, a maioria delas é realizada para crentes.

Outro problema relacionado a evangelização do movimento neopentecostal é a exagerada dependência da mídia. O uso da mídia é, sem dúvida, muito importante para a igreja, mas a dependência da mesma significa a insubordinação ao Espírito. Antigamente a igreja crescia sob a influência do Espírito e trabalho de evangelização pessoal, hoje a estratégia de algumas igrejas tem sido a de colocar um anúncio apelativo no rádio ou televisão, convidando as pessoas e prometendo-lhes a solução de seus problemas. E perguntamos, qual igreja que promete cura, paz, prosperidade e solução de conflitos familiares, que não vai crescer?

Contudo, praticando isto a igreja deixa de ser igreja do IDE e passa a ser igreja do VINDE, a evangelização passa a ser estratégia de marketing e os que se "convertem" para a igreja, passam a ser clientes e não ovelhas.

Ademais, o evangelismo neopentecostal carece de um conteúdo teológico que é essencial para a elucidação de verdades elementares da fé cristã. Suas estratégias são pregar promessas de uma realidade virtual e não pregar um evangelho genuíno, o evangelho de Jesus.


1.c. O OFÍCIO MINISTERIAL neopentecostal

Enquanto nas igrejas históricas os candidatos ao ministério pastoral passam por uma preparação e zelosa avaliação quanto ao caráter e chamado, no movimento neopentecostal, qualquer um pode ser "pastor". Os critérios baseiam-se em saber pregar, falar línguas estranhas, ter sido revelado, etc e, por esta razão, muitos líderes neopentecostais são tão desvirtuados das caracteres de um verdadeiro homem chamado ao ministério. Poucos são aqueles que tem alguma preparação teológica. Segundo Paulo, as características de um homem apto para o ministério devem estar relacionadas ao seu caráter irrepreensível, com sua capacidade de ensinar, com sua boa administração do lar, com sua competência nos relacionamentos, com sua boa conduta para com o mundo, etc (1 Tm 3). Além do mais cada pastor neopentecostal é livre pensador, ou seja, pode pregar o que acredita, sem a supervisão de ninguém, o que favorece ao surgimento de tendências heréticas e inovações doutrinárias no meio deles. E quando são questionados por alguma autoridade, se revoltam e abrem suas próprias igrejas dirigindo-as como bem lhes apetece.

Tendo falado sobre a questão eclesiológica da igreja neopentecostal, apresentaremos agora alguns pontos teológicos questionáveis que eles sustentam.

2. Pontos discutíveis da TEOLOGIA neopentecostal

O reverendo Roberto Laranjo, em seu artigo O Neopentecostalismo e suas implicações, publicado pela revista Rhêmata (NOTA 6) , destaca três tópicos teológicos que o neopentecostalismo interpreta de forma questionável. Tomaremos sua sugestão de tópicos para refletirmos sobre a teologia neopentecostal:

2.a) A exclusividade das ESCRITURAS

Os neopentecostais afirmam que a Bíblia é a Palavra de Deus e, com isto, nós concordamos. Mas para eles, a palavra dos "profetas", dos visionários, também é a Palavra de Deus. E, por isto, baseiam suas vidas e suas doutrinas também em visões, "novas revelações" e em experiências místicas.

A Bíblia é a revelação perfeita e final de Deus para o homem; visões e profecias, foram acessórios usados neste processo de formação da Sagrada Escritura. Hoje porém, temos a fé de que a Palavra de Deus é viva, eficaz e suficiente (Heb 4.12) sendo esta a nossa única regra de fé e prática. E uma vez que o cânon (NOTA 7) do Novo Testamento foi concluído, devemos nos apoiar apenas na Palavra e em nada mais.
Não ignoramos a iluminação do Espírito propiciada para que entendamos mais profundamente a Palavra, mas negamos que sejam necessárias "novas revelações". Em Jo 16.13 o Senhor Jesus diz que o Espírito nos guiaria em toda a verdade e não que nos revelaria "novas verdades".

2.b) A TRINDADE

A maioria deles defende a doutrina da Trindade, como nós também, porém a pessoa mais enfatizada no culto neopentecostal é o Espírito Santo. Praticamente tudo no culto é atribuído ao Espírito: cura, expulsão de demônios, decisões, etc. E o papel das outras pessoas da Trindade é ignorado. Parece que eles consideram o Espírito superior aos demais membros da divindade, ou pelo menos, mais importante. No entanto, a Bíblia diz que o Filho glorifica o Pai e, o Espírito, glorifica o Filho, que por sua vez, derrama o Espírito que faz o homem orar ao Pai em nome de Jesus (Jo 13. 32; 14.13; 16.14). A verdade é que, embora a divindade seja composta de três pessoas distintas, elas formam uma unidade essencial perfeita. De forma que é impossível um existir e agir sem a participação de todo o conselho divino .

2.c) A superficialidade da VIDA ESPIRITUAL

Devido à ênfase na liturgia envolvente, curas e exorcismos, os neopentecostais são na sua maioria superficiais na fé e no conhecimento das Escrituras. Este superficialismo os faz presa fácil de perniciosas heresias e de lobos vestidos de cordeiro. Por isto também que as comunidades neopentecostais são tão suscetíveis ao empirismo (NOTA 8) , misticismo (NOTA 9) , materialismo e muitas outras tendências tão nocivas à fé cristã. E o resultado desta superficialidade é a imaturidade manifesta numa vida carnal não experimentada no fruto do Espírito Santo. Não estamos dizendo que todos os neopentecostais são leigos, porque não são. Contudo, a hermenêutica deles é profundamente comprometida com "novas revelações" o que os faz suscetíveis à tendenciosidade.

2.d) Quanto à SALVAÇÃO

O pensamento deles sobre salvação não se limita a considerá-la apenas obra do Espírito, mas a ensinam como produto da cooperação humana e tão inflacionável como nossa economia: hoje tenho amanhã posso ter perdido.

Contudo, a Bíblia ensina com muita segurança que a salvação é pela graça e não por méritos previstos ou praticados pelo homem, 2 Tm 1.9, e que a salvação é eterna, Hb 5.9. O conceito arminiano (NOTA 10) tem larga expressão e até sofre uma radicalização dentro do neopentecostalismo. E como conseqüência, alguns se revestem de um humanismo tão grande, à semelhança de Erasmo de Roterdam (NOTA 11), que chegam a pregar que Deus depende carentemente da vontade humana para realizar seus desígnios e, que se o homem não quiser, Deus não pode fazer nada senão esperar até o dia que tal pessoa resolver dar uma chance para Ele. Este, sinceramente, não é o meu Deus, nem o revelado na Bíblia e na história como soberano, criador e mantenedor de todas as coisas. Esta exaltação do "livre arbítrio humano" é contrário à Soberania de Deus. Se falamos de liberdade de escolher no homem, não nos esqueçamos da liberdade de escolher de Deus. E não é injusto Deus fazer o que lhe aprouver, assim como não é injusto você queimar seu carro se o desejar fazer.


3. Pontos discutíveis da PRÁTICA neopentecostal


Este tópico pode parecer um pouco estranho visto já termos abordado a prática eclesiológica e teológica dos neopentecostais. Eu poderia dar outro título, pois não me faltariam opções, contudo, eu quero abordar aqui a conclusão prática dos dois tópicos acima. Ou seja, o resultado de uma eclesiologia e teologia distorcida é uma praxe confusa e antibíblica. Portanto, vejamos algumas praxes neopentecostais cuja natureza são incoerentes com o ensino bíblico.



3.a. A prática MÍSTICA neopentecostal

Misticismo é o conjunto de normas e práticas que tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema é que quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem coisas espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc. Estas coisas se estabelecem como pontos de contato e não passam de artifícios que roubam o lugar da fé e da eficácia da obra de Cristo. Este tipo de prática é rejeitado tantos pelos Pentecostais como pelas Igrejas Históricas, visto ser uma doutrina pagã que visa estabelecer por meio de objetos, um ponto de contato entre Deus e o homem. O ponto de contato dos verdadeiros cristãos é a fé em Jesus, pois Ele é o único mediador entre Deus e o homem. As magias pagãs estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção". Estes ensinos, anulam a obra de Cristo criando um novo meio de justificação ou arranjando um amuleto de fé para as pessoas se apoiarem. O problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos assim como fez Gideão (Jz 8.27). A questão não é se Jesus ou apóstolos usou nalgumas vez algum objeto em suas ministrações, mas no que isto pode implicar.
Basicamente, a cosmologia brasileira é sincretizado pelo cristianismo europeu, pelo animismo (NOTA 12) dos índios e pelo fetichismo (NOTA 13) dos africanos. O animismo prega que existe uma alma ou poder, a permear cada objeto. E o fetichismo manifesta-se na cultuação, veneração ou uso religioso de um objeto que representa uma pessoa, coisa, divindade ou ritual. Estas práticas pagãs não possuem um relação muito intima com os pontos de contato (NOTA 14) ?
Entretanto, a igreja não tem que imitar ao mundo; e o animismo é a base para a idolatria.



3.b. A prática LEGALISTA e LIBERAL do neopentecostalismo

Ou eles são legalistas (NOTA 15) ou liberais, e poucos deles são equilibrados. Os legalistas enfatizam, sobretudo, a observância dos usos e costumes como um processo de santificação e preparação para a salvação. Outros já não se importam com mudança de vida, preocupam-se apenas com prosperidade, saúde e felicidade neste mundo. Estes últimos vivem uma espécie de "evangelho hedonista (NOTA 16)" que enfatiza apenas o prazer como o fim último da vida. Os primeiros, os legalistas, desenvolvem o "evangelho ascético (NOTA 17)" que opta pela "mortificação da carne", isolamento social e confinamento espiritual como um tipo de disciplina pessoal. Só um entendimento correto da doutrina da graça de Deus, poderia conduzir estas pessoas a uma coerência bíblica e, conseqüentemente, a uma prática religiosa sadia.
Enfim, existem ainda muitos pontos discutíveis do neopentecostalismo que aqui não apresentamos. No entanto, esta abordagem dará a você uma visão geral do movimento. É bom lembrar que nossa exposição não é contra os crentes neopentecostais, mas contra o sistema neopentecostal.
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Wemerson Marinho

O autor é responsável por uma congregação da IPB em Ipatinga, MG e diretor da Revista Renascer. Atualmente bacharelando em Teologia e atua num projeto evangelístico através do rádio que fala a 30 000 pessoas aproximadamente todos os dias.

Wemersonms@terra.com.br

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[1] Pragmatismo: Filosofia que prega que a verdade é medida pelos efeitos que produz. Basicamente, se deu certo é verdade, se não, não é verdade.
[2] Neopentecostalismo: Movimento surgido em meados do século XX que enfatizava o batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais, dinamizando o método litúrgico e incluindo em sua teologia, doutrinas rejeitadas pela fé apostólica e ortodoxa.
[3] Pentecostalismo: Movimento evangélico surgido no Estados Unidos no início do século XX que enfatizava o batismo com Espírito Santo como uma bênção subseqüente à conversão e a contemporaneidade dos dons espirituais .
[4] Eclesiologia: Matéria da teologia sistemática que estuda a respeito da igreja.
[5] Proselitismo: Pessoa que abraça uma religião ou uma doutrina. Fazer proselitismo é tentar converter alguém a uma religião.
[6] Rhêmata: Revista de escola dominical publicada pela Igreja Presbiteriana semestralmente em Ipatinga.
[7] Cânon: Conjunto de livros que compõem o Novo e Velho Testamento, que foram reconhecidos pela igreja cristã como inspirados por Deus.
[8] Empirismo: Doutrina que prega que todo o conhecimento adquirido pelo homem passa necessariamente pelos sentidos.
[9] Misticismo: Conjunto de normas e práticas quem tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema que os místicos sempre exaltam a experiência em detrimento a Palavra.
[10] Arminianismo: É uma doutrina elaborada como uma enérgica reação à teologia Calvinista, se opondo aos cinco pontos do calvinismo.
[11] Erasmo de Roterdam: Teólogo humanista que se opôs a Lutero na questão da livre arbitro.
[12] Animismo: Crença de que existe uma alma a permear cada objeto. Para o animista todo o objeto tem alma ou poder e, basicamente, esta é uma crença dos índios.
[13] Fetiche: é um objeto de culto forte que possui associação simbólica com o ritual, divindade, pessoa ou coisa que representa.
[14] Pontos de contato: São objetos usados como meios de se transmitir uma bênção, ou uma cura, etc.
[15] Legalista: Aquele que pratica o legalismo, sistema que enfatiza as obras como coadjuvantes na salvação.

[16] Evangelho Hedonista: Esta expressão denota as pregações modernas que centram-se no oferecimento de prazer, prosperidade e saúde.
[17] Evangelho Asceta: Esta expressão faz referência a um tipo de pregação que enfatiza o legalismo.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

JESUS CRISTO COMO MEDIADOR


JESUS CRISTO COMO MEDIADOR

Rm 8.33,34; 1 Tm 2.5; Hb 7.20-25; 9.11,12

"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem." 1 Tm 2.5

Um mediador é um intermediário. É aquele que fica entre duas ou mais pessoas ou grupos e disputa e tenta promover sua reconciliação. Em termos bíblicos, os seres humanos são descritos como vivendo em inimizade contra Deus. Nós nos rebelamos, no revoltamos e nos recusamos obedecer à Lei de Deus. Como resultados, a ira de Deus permanece sobre nós. Para que esta situação catastrófica seja mudada ou remediada, é necessário no reconciliarmos com Deus. Para efetuar nossa reconciliação, Deus o Pai designou e enviou seu Filho para ser nosso Mediador. Cristo traz a nós nada menos que a majestade divina do próprio Deus - ele é o Deus encarnado. Para isso, ele tornou para si uma natureza humana e voluntariamente submeteu-se ás exigências da Lei de Deus. Cristo não iniciou a reconciliação tentando persuadir o Pai a deixar de lado sua ira. Pelo contrário, no conselho eterno da Deidade houve completo concordância entre o Pai e o Filho de que este deveria vir como Mediador. Nenhum anjo poderia representar Deus adequadamente em relação a nós; somente o próprio Deus poderia fazê-lo. Na encarnação, o Filho tornou para si a natureza humana a fim de efetuar a redenção da descendência caída de Adão. Por meio da sua perfeita obediência, Cristo satisfez as exigências da lei de Deus e mereceu a vida eterna para nós. Por sua submissão à morte expiatória na cruz, ele satisfez as exigências da ira de deus contra nós. Positivamente e negativamente Cristo satisfez os requerimentos divinos para a reconciliação. Estabeleceu para nós uma nova aliança com Deus por meio do seu sangue e continua a interceder por nós diariamente como nosso Sumo Sacerdote. Um mediador eficiente é aquele capaz de gerar a paz entre as partes em conflito ou inimizades. Este foi o papel que Jesus desempenhou como nosso perfeito Mediador. Paulo declarou que temos paz com Deus através da obra de Cristo de reconciliação:"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" Rm 5.1. A obra medianeira de Cristo é superior a de todos os outros mediadores. Moisés foi mediador da antiga aliança. Serviu como intermediário de Deus, dando a lei aos israelitas. Jesus, porém, é superior a Moisés. O autor de Hebreus declara: "Porque ele[Jesus] é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar;
Mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim." Hb 3.3-6.

Sumário

1. Um mediador age para promover a paz entre a partes inimizadas.

2. Cristo, como deus-Homem nos reconcilia com o Pai.

3. Cristo e o Pai estão concordes, desde a eternidade, de que Cristo seria nosso Mediador.

4. A obra medianeira de Cristo é superior à dos profetas, dos anjos e de Moisés.

Autor: R. C. Sproul
Fonte: 1º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.
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Fonte: Estudos Bíblicos - Teologia Calvinista