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terça-feira, 20 de julho de 2010

Palmas no Culto e o Princípio Regulador

Por
Célio Lima
A questão sobre a liceidade do uso de palmas no culto público deve ser decidida à luz das Escrituras, à luz do que ela diz sobre a adoração a Deus. É certo que volumes espessos poderiam ser escritos sobre o assunto, por isso procurarei delinear o ensino bíblico sobre o princípio fundamental do culto público (adoração comunitária).

No livro de Êxodo encontramos a ordenação de Deus para a construção do Tabernáculo, onde seguramente se encontra o esteio sobre o qual a adoração a Deus deve ser ofertada: “Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis” (Êxodo 25:9 RA). Então, após o levantamento do Tabernáculo, é-nos dito que “...tudo fez Moisés segundo o SENHOR lhe havia ordenado; assim o fez” (Êxodo 40:16 RA).

Em Números, há também ordenanças sobre a consagração dos levitas e o serviço levítico na tenda da consagração (Tabernáculo), obviamente se referindo à adoração pública a Deus. Mais uma vez a tônica é: “E assim fez Moisés, e Arão, e toda a congregação dos filhos de Israel com os levitas; segundo tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés acerca dos levitas, assim lhes fizeram os filhos de Israel” (Números 8:20 RA).
Embora as passagens bíblicas pudessem ser multiplicadas, apenas as que já transcrevi nos ensinam que o culto de Deus é absolutamente definido pela Sua vontade revelada, a Sua Palavra: “...tudo [...] segundo o SENHOR [...] havia ordenado...”, isto é, todo elemento do culto, tudo que deve constar nele, é absolutamente definido pela Palavra de Deus. Esse princípio bíblico da adoração pública que determina que os elementos do culto devem ser segundo o que o SENHOR ordenou é o que os reformados apodaram de “Princípio Regulador do Culto”. Tal princípio é, talvez, a marca mais distintiva dos reformados em relação a outras correntes do protestantismo e dos evangélicos.
Agora, pois, vejamos alguns exemplos bíblicos da aplicação desse princípio na vida de certas pessoas dos tempos bíblicos. A Escritura nos relata a história de dois filhos de Arão, portanto, de linhagem sacerdotal, chamados Nadabe e Abiú: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara” (Levítico 10:1 RA). Esse texto nos ensina que esses dois homens apareceram diante do SENHOR trazendo fogo estranho, e tal fogo era estranho porque o SENHOR “...lhes não ordenara”. Nadabe e Abiú, pois, violaram o “Princípio Regulador”, adicionando ao culto algo que Deus não havia ordenado. Deve-se perceber que não havia uma proibição para o que Nadabe e Abiu trouxeram “...perante a face do SENHOR...”, mas o problema residiu no fato de eles “adorarem” a Deus introduzindo um elemento que não havia sido expressamente ordenado.
O que aconteceu com os dois? Que a própria Palavra de Deus dê a resposta: “Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR” (Levítico 10:2 RA). O mesmo é dito em outro lugar nas Escrituras: “Mas Nadabe e Abiú morreram perante o SENHOR, quando ofereciam fogo estranho perante o SENHOR, no deserto do Sinai...” (Números 3:4 RA).
Outro exemplo clássico de aplicação do “Princípio Regulador” é o caso de Uzá. Para sua melhor compreensão é necessária a análise do contexto bíblico mais imediato, transcrito abaixo:
“Tornou Davi a ajuntar todos os escolhidos de Israel, em número de trinta mil. Dispôs-se e, com todo o povo que tinha consigo, partiu para Baalá de Judá, para levarem de lá para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o Nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta acima dos querubins. Puseram a arca de Deus num carro novo e a levaram da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, guiavam o carro novo. Levaram-no com a arca de Deus, da casa de Abinadabe, que estava no outeiro; e Aiô ia adiante da arca. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se perante o SENHOR, com toda sorte de instrumentos de pau de faia, com harpas, com saltérios, com tamboris, com pandeiros e com címbalos. Quando chegaram à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e a segurou, porque os bois tropeçaram. Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus” (2 Samuel 6:1-7 RA).
Essa perícope das Escrituras nos mostra uma série de violações do “Princípio Regulador”. A arca foi colocada “num carro novo”, enquanto Deus havia prescrito que: “Farás também varais de madeira de acácia e os cobrirás de ouro; meterás os varais nas argolas aos lados da arca, para se levar por meio deles a arca” (Êxodo 25:13-14 RA). Não obstante a clara ordenação divina, Davi, querendo inovar e copiar o modo como os filisteus transportaram a arca, desconsiderou o mandamento divino, e procurou “adorar a Deus” ao seu gosto, segundo a melhor intenção do seu coração. Afinal, Deus não merece o melhor? Para que carregar a arca nos ombros, pensou Davi, com simples varas de acácia, se a tecnologia foi Deus quem nos deu através da Sua “graça comum”?
No caminho os bois tropeçaram e, para que a arca não caísse, Uzá, na melhor das intenções, estendeu a sua mão para segurá-la. Todavia, a Palavra de Deus já prescrevia claramente: “...nas coisas santas, não tocarão, para que não morram...” (Números 4:15 RA). Como Deus reagiu à boa intenção de Uzá? Pensou, tal homem teve zelo e bom desígnio em relação à arca que simboliza a minha presença, apesar de quebrar meu mandamento, então receberei a boa intenção do seu coração? Não, a Palavra nos diz que “...Deus o feriu ali por esta irreverência...”.
Então, da aplicação do “Princípio Regulador” nos casos de Nadabe/Abiú e Uzá, temos que os primeiros foram mortos por Deus porque introduziram no culto aquilo que Deus não ordenou, e o segundo também foi morto porque violou aquilo que Deus explicitamente havia proibido. Deus, de forma clara, explícita, indubitável, estabeleceu que no Seu culto só deve constar aquilo que ele ordenou. Introduzir outros elementos não prescritos é violação desse princípio, assim como não fazer conforme aquilo que foi determinado, resultando, em ambos os casos, conseqüências gravíssimas.
Não obstante, o alvo principal do desagrado divino sobre a conduta de Uzá foi o rei Davi, o qual, diz a Escritura, “Desgostou-se [...] porque o SENHOR irrompera contra Uzá; e chamou aquele lugar Perez-Uzá, até ao dia de hoje” (2 Samuel 6:8 RA). Por que o escritor bíblico foi tão cuidadoso em relatar esse desgosto de Davi? Porque Davi seria o grande responsável pela confecção da instrumentação a ser utilizada no Templo. Davi seria o grande homem que influenciaria o culto no Templo a ser construído, assim como Moisés o fora com o culto no Tabernáculo. Senão vejamos:
Está escrito que a arca foi levada, segunda vez, agora da forma ordenada por Deus: “Chamou Davi os sacerdotes Zadoque e Abiatar e os levitas Uriel, Asaías, Joel, Semaías, Eliel e Aminadabe e lhes disse: Vós sois os cabeças das famílias dos levitas; santificai-vos, vós e vossos irmãos, para que façais subir a arca do SENHOR, Deus de Israel, ao lugar que lhe preparei. Pois, visto que não a levastes na primeira vez, o SENHOR, nosso Deus, irrompeu contra nós, porque, então, não o buscamos, segundo nos fora ordenado. Santificaram-se, pois, os sacerdotes e levitas, para fazerem subir a arca do SENHOR, Deus de Israel. Os filhos dos levitas trouxeram a arca de Deus aos ombros pelas varas que nela estavam, como Moisés tinha ordenado, segundo a palavra do SENHOR” (1 Crônicas 15:11-15 RA).
Davi aprendera, da forma mais dramática possível, a necessidade de ser absolutamente fiel ao “Princípio Regulador”, pois ele seria o encarregado por Deus de introduzir outros elementos no culto, a instrumentação musical que seria usada no Templo, conforme nos é dito no contexto em que o rei Ezequias restaurou o culto após o reinado do ímpio Acaz: “Também estabeleceu os levitas na Casa do SENHOR com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por intermédio de seus profetas” (2 Crônicas 29:25 RA).
A Escritura é bem clara que até mesmo os instrumentos musicais que seriam utilizados no Templo foram rigorosamente determinados por Deus a Davi através dos seus profetas Gade e Natã. Certamente, Deus utilizou o incidente com Uzá para preparar Davi para a grande obra litúrgica que ele faria para a implementação da música no Templo. Deus demonstrou a Davi a absoluta e imperiosa necessidade de conformidade ao “Princípio Regulador”. Não ficou ao alvedrio do músico Davi determinar, por seu “bom senso” artístico, qual seriam os instrumentos a serem usados no Templo no culto de Deus.
De todo o exposto acima resta demonstrado que tudo o que foi introduzido no culto público sempre o foi por expressa determinação de Deus, cada elemento cúltico, por mais insignificante que parecesse. Deus nunca aceitou qualquer coisa em Seu culto que tivesse iniciativa humana.
Estabelecido o “Princípio Regulador” a partir das Escrituras, mostrarei que tal princípio é o que os reformados (continente europeu) e presbiterianos (ilhas britânicas) sempre defenderam, não tendo direito algum aqueles que violam esse fundamento da fé, da teologia e da liturgia reformadas de pensarem que fazem parte do grande povo descendente da Reforma Protestante, mesmo que eles acreditem em algumas coisas comuns ao que os calvinistas acreditam. Reformados são aqueles, e somente aqueles, que primam por manter a santidade, a reverência e a ordem do culto bíblico, segundo o padrão explicitamente estabelecido por Yahweh em Sua Palavra, e reconhecido nas confissões e catecismos compostos pela influência e determinação da teologia da Reforma.
Começarei pela Confissão de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil, a de Westminster, a mais bem elaborada confissão presbiteriana-puritana-reformada. Nela está estabelecida o “Princípio Regulador” da seguinte forma: “...o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás...” (CFW, cap. XXI, I).
Essa mesma Confissão estabelece, com base no ensino das Escrituras, quais são os elementos constituintes do culto público: A leitura das Escrituras com o temor divino, a sã pregação da palavra e a consciente atenção a ela em obediência a Deus, com inteligência, fé e reverência; o cantar salmos com graças no coração, bem como a devida administração e digna recepção dos sacramentos instituídos por Cristo - são partes do ordinário culto de Deus, além dos juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais, tudo o que, em seus vários tempos e ocasiões próprias, deve ser usado de um modo santo e religioso” (CFW, cap. XXI, V). Além desses, a CFW diz que “A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus exigida de todos os homens...” (CFW, cap. XXI, III). Onde estão as palmas nesse rol? Será se todos os puritanos tinham as mãos amputadas?
Podemos encontrar referência ao “Princípio Regulador” em um importante documento confessional da Reforma, mais antigo que a CFW, a Confissão Francesa de 1559, que diz em seu prefácio:
“Nós devemos tal respeito e reverência à Palavra de Deus quanto devemos nos prevenir para não lhe acrescentar nada de nós mesmos, mas devemos nos tornar inteiramente conformes às regras que ela prescreve. E visto que a Igreja Romana, abandonando os usos e costumes da igreja primitiva, introduziu novos mandamentos e uma nova forma de culto a Deus, nossa consideração a respeito dessas coisas é que é razoável preferir os mandamentos de Deus, que são em si mesmos verdade, aos mandamentos de homens, que por sua natureza são inclinados ao engano e vaidade”
Ensino idêntico encontramos em uma confissão traçada por João Calvino para as igrejas reformadas da França, no ano de 1562, que reza o seguinte:
“De nossa parte, de acordo com Sua declaração, de que obedecer é melhor que sacrificar (1 Sm 15:22), e com Sua injunção uniforme para ouvirmos o que Ele ordena, para rendermos um sacrifício bem regulamentado e aceitável, acreditamos que não devemos inventar o que nos pareça bom, ou seguir o que pode ter sido criado na mente de outros homens, mas nos limitarmos simplesmente à pureza das Escrituras. Por conseguinte, nós cremos que qualquer coisa que não seja proveniente dela, mas seja ordenada somente pela autoridade de homens, não deve ser considerada como culto a Deus”.
Para não ser muito extenso, citarei mais uma referência de um documento reformado histórico sobre o “Princípio Regulador”, a “Ordem de Genebra”, um diretório para o culto da igreja dos refugiados ingleses em Genebra, no tempo de João Calvino, que em seu prefácio também deixa claro o que os reformados sempre creram sobre o culto público:
“Nós, portanto, não como os maiores clérigos de todos, mas como os menos capazes de muitos, apresentamos a vocês que desejam o crescimento da glória de Deus, e a simplicidade pura de Sua Palavra, uma forma e ordem de uma igreja reformada, limitada ao compasso da Palavra de Deus, que nosso Salvador nos deixou como única suficiente para governar todas as nossas ações; de modo que qualquer coisa que lhe seja acrescentada por artifício de homens, por melhor, por santo ou bonito que isto pareça, todavia diante de nosso Deus, que é zeloso e que tem ciúmes e não pode admitir nenhuma sociedade ou conselheiro, isto é mau, iníquo e abominável”.
Portanto, o entendimento dos reformados sempre foi o de que somente o que foi expressamente ordenado por Deus para fazer parte do seu culto público é que Lhe agrada, sendo o resto, aquilo que Ele não ordenou como elemento cúltico, abominável, tanto a prática em si quanto aquele que a pratica.
Onde ficam as palmas, então? Ora, se o "Princípio Regulador", retirado das Escrituras, ensina que somente o que Deus ordenou para fazer parte do culto público deve constar dele, então nos últimos quinhentos anos os cristãos reformados foram os mais desgraçados e desobedientes homens dentre todos os outros, porque não obedeceram ao mandamento divino de bater palmas no culto, se tal mandamento se encontra nas Escrituras. Aliás, os crentes dos últimos dois mil anos deveriam ser considerados culpados desse gravíssimo pecado, de não baterem palmas no culto público de Deus, pois não há nenhum registro histórico ou arqueológico que mostre que os cristãos primitivos e aqueles que os seguiram no tempo praticavam o bater palmas na adoração comunitária.
Se palmas fossem um elemento lícito no culto, teríamos que olhar com tristeza para os últimos dois milênios do povo de Deus na terra, pois seríamos forçados a reconhecer que os crentes desse período foram Abinadabes, Abiús e Uzás da vida, violadores da lei de Deus, e merecedores da Sua mais severa manifestação de desagrado. Contudo, se a igreja de Cristo por dois mil anos sempre teve por repugnante bater palmas no culto, o fez pela convicção plena de que tal é abominação ao SENHOR, e porque não há em nenhum lugar em toda a Escritura um único mandamento ordenando bater palmas nas reuniões em que o povo de Deus se agrupa para adorá-lo.
A irracionalidade dos que defendem as palmas no culto reside no fato de que, como vimos, o culto deveria ser exatamente como Deus prescreveu, havendo sido vedado alguém acrescentar o que não foi ordenado (Nadabe e Abiú) ou fazer o que foi proibido (Uzá) ou suprimir o que foi prescrito. Diante disso, se todo aquele que não prestava culto exatamente como Deus ordenou era fulminado, por que os crentes do AT não batiam palmas no Templo? Por que não há uma única menção deles batendo palmas nas reuniões públicas de adoração a Deus? Não teriam todos sido exterminados por causa disso? O próprio Jesus Cristo, que não bateu palmas nenhuma vez, não teria sido desqualificado como Redentor, haja vista que teria cometido o pecado gravíssimo de haver violado o “Princípio Regulador”? Tal pensamento é blasfemo, e essa é a inferência lógica do ensino dos batedores de palmas. Se algumas passagens de Salmos que os batedores de palmas distorcem para fundamentar seu ponto de vista são mandamentos para o acompanhamento musical ao ritmo das palmas, então o povo de Deus do tempo dessa revelação, e também posterior a ela, foi absolutamente infiel, e Deus ficou todo esse tempo sem adoradores obedientes, até que chegassem os sábios, santos e zelosos cristãos do final do século XX e início do século XXI.
Na verdade, os batedores de palmas estão apenas satisfazendo as suas próprias concupiscências, e não adorando a Deus como prescrito pelo SENHOR, pois o próprio Jesus nos disse: “...em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9 RA).
Isto posto, resta-me dizer que, de um certo ponto de vista, não são os verdadeiros reformados e verdadeiros presbiterianos quem têm o ônus de provar biblicamente que bater palmas é uma violação abominável do culto público prescrito pelas Escrituras, pois tal é uma novidade na longa história do povo de Deus. Os batedores de palmas é que têm que provar exegeticamente que bater palmas é um elemento integrante do culto de Deus, haja vista que eles estão introduzindo um elemento que nunca, repito, nunca, jamais, nos dois mil de igreja cristã, fez parte das reuniões comunitárias do povo santo do SENHOR. Isto eles não farão, pois não há nenhum mandamento nas Escrituras para que os cânticos sejam ritmados pelas palmas, nem no AT nem no NT. Porém, por causa do compromisso com a verdade, e com a glória de Deus, os reformados têm se esmerado em repudiar essa prática litúrgica espúria.
Que Deus dê a graça a seus eleitos de não serem enganados por vãs sutilezas contidas no ensino de homens de mentes corrompidas pelo pecado da ignorância.

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Fonte: Vox Reformata - http://vozreformada.blogspot.com/

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