Está o Batismo
Infantil contido nas Escrituras?
por
Igreja Presbiteriana do Brasil
Batismo
é uma ordem da Igreja Cristã. De acordo com a divina instrução ele é
administrado pela igreja, e ele é o rito que inicia a membresia da igreja
visível. O argumento para o batismo infantil, entretanto, está relacionado de
perto à questão da natureza da igreja.
No
senso mais direto a igreja é a companhia dos regenerados ou dos homens e
mulheres de fé. Os fatos da regeneração e fé pertencem, entretanto, ao reino
invisível e espiritual, e por essa razão nenhum homem é infalível para
determinar quem pertence à igreja nem ao menos determinar qual o exato limite
de um corpo em um lugar ou geração. Conseqüentemente, quando nós estamos
falando da igreja, nesse seu sentido estrito, nós falamos sobre ela como a
igreja invisível.
Mas
a igreja não é sempre totalmente invisível para a apreensão humana. Aqueles que
pelos efeitos da regeneração e fé constituem o corpo de Cristo dão uma
expressão observável para essa fé que eles possuem. Isso eles não fazem somente
em suas capacidades individuais como membros do corpo de Cristo, mas também em
suas relações coletivas e obrigações. De acordo como o mandamento divino é uma
necessidade interna eles se associem uns com os outros. Eles organizam com o
propósito de testemunhar, adorar, administrar os sacramentos, edificação mútua
e encorajamento, e para o exercício da disciplina. Essa organização ou
associação visível não é regida pelo planejamento humano, mas pela instituição
divina. Então nós também temos o que é conhecido como a igreja visível.
Agora,
apesar da igreja invisível, em qualquer outro lugar ou geração, seja composta
exclusivamente dos regenerados, a igreja visível não é composta desta forma.
Isso serve para dizermos que a igreja visível não é nem em número e nem em sua
moral, a exata reprodução da igreja invisível. Desde que nenhum homem ou mulher
pode infalivelmente ler o coração uns dos outros, a igreja visível é
constituída daqueles que fazem uma consistente e inteligente profissão de fé em Cristo e prometem obedecer a Ele. Essa
profissão de fé, apesar de ser uma profissão que somente um verdadeiro crente
pode verdadeiramente e honestamente fazer, é ainda de tal natureza que aqueles
que não têm verdadeira fé podem fazê-la para a satisfação daqueles responsáveis
pela admissão na igreja visível. A igreja visível, então, está circunscrita não
pela linha da regeneração, mas pela linha da profissão de fé inteligente e
consistente.
A
Igreja no Antigo Testamento
Uma
vontade distinta, obviamente, tem que ser traçada entre a igreja visível como
existia na dispensação do Antigo Testamento e como existe atualmente. Tal
distinção foi obviamente indicada nas palavras do Senhor a Pedro quando Ele
disse, “Tu és Pedro, e sobre essa rocha Eu edificarei minha igreja: e os
portões do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat. 16:18). Ele estava se
referindo para a nova forma e caráter que a igreja estaria assumindo como reino
de Deus ou reino celeste em conseqüência da sua Missão e Ação Messiânica. Ele a
chama “minha igreja”.
Mas
enquanto total concessão precisa ser feita para a distinção e para uma nova
forma de administração que foi conduzida especificamente pela morte,
ressurreição, e ascensão de Cristo e pelo derramamento do Espírito no
Pentecostes, todavia essa distinção não garante a negação da existência da
igreja no senso mais genérico do Antigo Testamento. Existe de fato uma unidade
e identidade profunda entre a igreja no Antigo Testamento e a igreja no Novo.
Para
que o povo de Deus no Antigo Testamento pertencesse, como o Apóstolo Paulo nos
diz, “a adoção, e a glória, e os pactos, e a Lei outorgada, e o serviço de
Deus, e as promessas” (Rom. 9:4). A igreja do Novo Testamento é a extensão e
desdobramento do pacto feito com Abraão e é, entretanto, encontrado sobre ela.
Esse é claramente o argumento de Paulo na Epistola aos Gálatas quando ele diz
que “Aqueles que são da fé são abençoados com Abraão”, e que “o pacto, que foi
confirmado perante Deus em Cristo, a lei, a qual foi quatrocentos e trinta anos
depois, não pode ser anulada, pois faria a promessa sem efeito algum” (Gal.
3:9, 17). Então ela é a bênção de Abraão, uma bênção que foi dele nos termos do
pacto administrado para ele, que veio sobre Gentios através de Jesus Cristo
(ver, versículo 14 de Gal. 3). A igreja, então, como ela existia nas duas
dispensações não são dois organismos. Os dois estágios devem ser observados,
como Paulo nos ensina, sobre a figura de uma oliveira, uma árvore, obviamente,
com muitos galhos, mas ainda sim uma só árvore crescendo da mesma raiz (Rom.
11:16-21). Os Gentios eram em um tempo “aliens no meio de Israel, e estranhos
no pacto da promessa” (Ef. 2;12), mas agora eles “não são mais estranhos e
estrangeiros, mas concidadãos com os santos, e parte da família de Deus, e são
firmados sobre a fundação dos apóstolos e profetas, Jesus Cristo sendo Ele
mesmo a pedra angular” (Ef. 2:19-20).
Então
não é somente necessário, mas bíblico falar sobre a igreja do Antigo
Testamento. Existe uma continuidade e unidade orgânica, e qualquer tentativa de
negar esse fato, ou qualquer método de interpretação que tende a prejudicar tal
verdade, deve ser condenada com base na própria escritura.
O Sinal da Circuncisão
Agora
se a igreja no sentido genérico existia no Antigo Testamento, devemos admitir
que em sua organização e administração visível ela inclui não somente todos
aqueles que professam a verdadeira religião, mas também seus filhos. O sinal do
pacto administrado para Abraão era a circuncisão. Esse sinal e selo, não
demonstravam mero privilégio de uma nação, mas, como nós apresentamos agora,
uma benção espiritual, foi por ordem divina administrada para as crianças com
oito dias de idade. Todos os homens nascidos dentro do relacionamento do pacto,
em outras palavras, todos os que recém nascidos dos quais os pais estavam
dentro de uma esfera de privilégio e fé, deveriam ser circuncidados.
Circuncisão
significava fundamentalmente a retirada de uma impureza a fim de que houvesse
uma participação no pacto de bênçãos. Um estudo das seguintes referências
tornará isso claro para nós: Êxodo, 6:12, 30; Levítico, 19:23; 26:41;
Deuteronômio, 10:16; 30:6; Jeremias, 4:4; 6:10; 9:25. E junto com os esses
textos Paulo nos ensina que circuncisão era um selo de retidão que Abraão tinha
enquanto ele era ainda incircunciso (ver Rom. 4:11). Esses dois significados
básicos, o primeiro sobre o remover da impureza ou purificação, o segundo a
imputação da retidão fé, isso será realmente visto, pois esses pontos não são
contraditórios, mas se completam mutuamente.
É
necessário para nós, fazer uma pausa e analisar o seguinte ponto para nosso
conforto: Que por indicação divina e ordem expressa o sinal e selo das
realidades espirituais, realidades que só poderiam ser aplicadas através da
operação graciosa do Espírito de Deus, forem administrados (o sinal e o selo) também
para crianças.
Agora
nós podemos antecipar a objeção: Tudo isso é concebido, mas para qual proveito
para a doutrina em questão? O que tem isso tudo a ver com a questão do batismo
infantil?
Acontece
que circuncisão significa basicamente a mesma coisa que batismo. Que batismo
significa purificação do pecado pela regeneração do Espírito e purificação da
culpa do pecado pela retidão de Cristo, a retidão da fé, aparece diretamente no
Novo Testamento. Que, nós já temos encontrado, é o verdadeiro significado da
circuncisão. Existe, entretanto, uma identidade básica sobre sentido e
significado. Circuncisão, carregando o mesmo significado do batismo, era
administrada a crianças que nasciam debaixo de um pacto de relacionamento e
privilégio que era derramado do pacto feito com Abraão.
O Sinal Perpétuo do Pacto
Nós já descobrimos que a dispensação do evangelho está de acordo com, e em busca do pacto feito com Abraão. Ele, Abraão, é o pai de todos os da fé. Aqueles que são da fé são abençoados juntamente com Abraão. Agora, se crianças nascem de pais crentes debaixo da antiga dispensação elas recebiam o sinal do pacto, um sinal do pacto que carrega o mesmo significado central como o batismo o faz, devemos nós crer que crianças estão excluídas do sinal e selo do pacto no Novo Testamento? Isso não deve ser muito estressado que a administração neotestamentária é a elaboração e desenvolvimento do pacto abraâmico. Se crianças são excluídas agora, deve ser entendido que essa mudança implica em uma reversão completa ou aversão à prática divina primeiramente instituída. Então devemos perguntar seriamente: podemos nós encontrar no Novo Testamento alguma dica ou direcionamento de tal reviravolta? Mais particularmente, tem o Novo Testamento revogado tão expressivamente pensado e autorizado um princípio como a inclusão das crianças no sinal e selo do pacto? E uma prática da divina administração do pacto da graça, que tem sido exercida por mais de dois mil anos foi simplesmente excluída?
Quando
nós examinamos o Novo Testamento, não podemos encontrar tais evidências. Mas,
em vista da identidade básica e significado da circuncisão e batismo, em vista
da unidade e continuidade do pacto nos termos pelos quais o sinal do pacto nos
foi dado, nós podemos dizer com confiança que a evidência de rejeição é
determinante se a prática ou princípio devem ser excluídos. Então, na ausência
de rejeição e na presença de uma evidência de continuidade do pacto, nós
concluímos que a administração do sinal para as crianças filhos e filhas de
crentes têm garantia e autoridade divina perpétua. São simplesmente essas
considerações que conclamam o ponto de John Lightfoot, “Não é proibido batizar
crianças, entretanto eles não devem ser batizados”. O mandamento divino para
administrar o sinal do pacto às crianças não foi revogado, então ele ainda está
em vigor.
Objeções Inválidas
Os
oponentes ao batismo infantil querem apelar para o fato que não existe um
mandamento expresso para o batismo infantil e que nós não temos no Novo
Testamento um caso explícito e provado de batismo infantil. A resposta para tal
objeção é aparente. Em vista das bases as quais, por autoridade divina, a
inclusão das crianças não repousa na recepção do sinal do pacto, um mandamento
expresso ou um caso concreto não é necessário.
Também
será questionado que existem diferenças entre circuncisão e batismo. Por
exemplo, circuncisão era administrada somente para homens, batismo é
administrado tanto para homens quanto para mulheres. Essa diferença,
obviamente, não é negada. Mas como objeção é singularmente inválida. Devemos
lembrar que essa diferença não só é em termos de homens e mulheres como também
de crianças e adultos. Sendo adultos, assim como crianças em Israel somente
homens carregavam esse sinal do pacto. No Novo Testamento mulheres adultas,
assim como homens adultos, carregam o sinal do batismo. Se essa diferença é
manifestada entre adultos porque também não deveria ser manifestada entre as
crianças? A abolição da distinção entre gêneros entre crianças é perfeitamente
harmonioso com esse assunto de gêneros também entre adultos. De fato, se
batismo é administrado para crianças, então a abolição da distinção entre
crianças, homens e mulheres, segue necessariamente a prova da abolição da
distinção entre adultos, homens e mulheres.
Porque
na sabedoria divina debaixo da antiga economia um sinal foi escolhido que não
pudesse ser administrado para as mulheres não cabe a nós saber. Mas a extensão
do sinal do pacto incluir mulheres como membros da igreja no Novo Testamento
está durante todo o tempo de acordo com a expansão do privilégio que a
revelação do Novo Testamento sinaliza. Nas palavras do Dr. Samuel Miller,
“Ainda que o batismo declaradamente venha para tomar o lugar da circuncisão,
existem pontos que o atual difere na forma do antigo sinal. E ele difere
precisamente de acordo com aqueles pontos em referência na qual o Novo
Testamento difere do Antigo Testamento e ser mais expansivo, e menos
cerimonial. Batismo não é uma restrição cerimonial ao oitavo dia, mas pode ser
administrado em qualquer hora e qualquer lugar. Não está confinado a um gênero,
mas, a gloriosa dispensação da qual é o selo, ela marca a expansão do
privilégio, e é administrada de uma forma que lembra que ‘Não há Grego, nem
Judeu, nem escravo ou livre, nem homem ou mulher, na administração cristã, mas
somos todos, um em Cristo Jesus’”.
____________________________________
Fonte: http://www.monergismo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário