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segunda-feira, 22 de abril de 2013



Está o Batismo Infantil contido nas Escrituras?
por
Igreja Presbiteriana do Brasil


Batismo é uma ordem da Igreja Cristã. De acordo com a divina instrução ele é administrado pela igreja, e ele é o rito que inicia a membresia da igreja visível. O argumento para o batismo infantil, entretanto, está relacionado de perto à questão da natureza da igreja.
No senso mais direto a igreja é a companhia dos regenerados ou dos homens e mulheres de fé. Os fatos da regeneração e fé pertencem, entretanto, ao reino invisível e espiritual, e por essa razão nenhum homem é infalível para determinar quem pertence à igreja nem ao menos determinar qual o exato limite de um corpo em um lugar ou geração. Conseqüentemente, quando nós estamos falando da igreja, nesse seu sentido estrito, nós falamos sobre ela como a igreja invisível.
Mas a igreja não é sempre totalmente invisível para a apreensão humana. Aqueles que pelos efeitos da regeneração e fé constituem o corpo de Cristo dão uma expressão observável para essa fé que eles possuem. Isso eles não fazem somente em suas capacidades individuais como membros do corpo de Cristo, mas também em suas relações coletivas e obrigações. De acordo como o mandamento divino é uma necessidade interna eles se associem uns com os outros. Eles organizam com o propósito de testemunhar, adorar, administrar os sacramentos, edificação mútua e encorajamento, e para o exercício da disciplina. Essa organização ou associação visível não é regida pelo planejamento humano, mas pela instituição divina. Então nós também temos o que é conhecido como a igreja visível.
Agora, apesar da igreja invisível, em qualquer outro lugar ou geração, seja composta exclusivamente dos regenerados, a igreja visível não é composta desta forma. Isso serve para dizermos que a igreja visível não é nem em número e nem em sua moral, a exata reprodução da igreja invisível. Desde que nenhum homem ou mulher pode infalivelmente ler o coração uns dos outros, a igreja visível é constituída daqueles que fazem uma consistente e inteligente profissão de fé em Cristo e prometem obedecer a Ele. Essa profissão de fé, apesar de ser uma profissão que somente um verdadeiro crente pode verdadeiramente e honestamente fazer, é ainda de tal natureza que aqueles que não têm verdadeira fé podem fazê-la para a satisfação daqueles responsáveis pela admissão na igreja visível. A igreja visível, então, está circunscrita não pela linha da regeneração, mas pela linha da profissão de fé inteligente e consistente.


A Igreja no Antigo Testamento

Uma vontade distinta, obviamente, tem que ser traçada entre a igreja visível como existia na dispensação do Antigo Testamento e como existe atualmente. Tal distinção foi obviamente indicada nas palavras do Senhor a Pedro quando Ele disse, “Tu és Pedro, e sobre essa rocha Eu edificarei minha igreja: e os portões do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat. 16:18). Ele estava se referindo para a nova forma e caráter que a igreja estaria assumindo como reino de Deus ou reino celeste em conseqüência da sua Missão e Ação Messiânica. Ele a chama “minha igreja”.
Mas enquanto total concessão precisa ser feita para a distinção e para uma nova forma de administração que foi conduzida especificamente pela morte, ressurreição, e ascensão de Cristo e pelo derramamento do Espírito no Pentecostes, todavia essa distinção não garante a negação da existência da igreja no senso mais genérico do Antigo Testamento. Existe de fato uma unidade e identidade profunda entre a igreja no Antigo Testamento e a igreja no Novo.
Para que o povo de Deus no Antigo Testamento pertencesse, como o Apóstolo Paulo nos diz, “a adoção, e a glória, e os pactos, e a Lei outorgada, e o serviço de Deus, e as promessas” (Rom. 9:4). A igreja do Novo Testamento é a extensão e desdobramento do pacto feito com Abraão e é, entretanto, encontrado sobre ela. Esse é claramente o argumento de Paulo na Epistola aos Gálatas quando ele diz que “Aqueles que são da fé são abençoados com Abraão”, e que “o pacto, que foi confirmado perante Deus em Cristo, a lei, a qual foi quatrocentos e trinta anos depois, não pode ser anulada, pois faria a promessa sem efeito algum” (Gal. 3:9, 17). Então ela é a bênção de Abraão, uma bênção que foi dele nos termos do pacto administrado para ele, que veio sobre Gentios através de Jesus Cristo (ver, versículo 14 de Gal. 3). A igreja, então, como ela existia nas duas dispensações não são dois organismos. Os dois estágios devem ser observados, como Paulo nos ensina, sobre a figura de uma oliveira, uma árvore, obviamente, com muitos galhos, mas ainda sim uma só árvore crescendo da mesma raiz (Rom. 11:16-21). Os Gentios eram em um tempo “aliens no meio de Israel, e estranhos no pacto da promessa” (Ef. 2;12), mas agora eles “não são mais estranhos e estrangeiros, mas concidadãos com os santos, e parte da família de Deus, e são firmados sobre a fundação dos apóstolos e profetas, Jesus Cristo sendo Ele mesmo a pedra angular” (Ef. 2:19-20).
Então não é somente necessário, mas bíblico falar sobre a igreja do Antigo Testamento. Existe uma continuidade e unidade orgânica, e qualquer tentativa de negar esse fato, ou qualquer método de interpretação que tende a prejudicar tal verdade, deve ser condenada com base na própria escritura.

O Sinal da Circuncisão

Agora se a igreja no sentido genérico existia no Antigo Testamento, devemos admitir que em sua organização e administração visível ela inclui não somente todos aqueles que professam a verdadeira religião, mas também seus filhos. O sinal do pacto administrado para Abraão era a circuncisão. Esse sinal e selo, não demonstravam mero privilégio de uma nação, mas, como nós apresentamos agora, uma benção espiritual, foi por ordem divina administrada para as crianças com oito dias de idade. Todos os homens nascidos dentro do relacionamento do pacto, em outras palavras, todos os que recém nascidos dos quais os pais estavam dentro de uma esfera de privilégio e fé, deveriam ser circuncidados.
Circuncisão significava fundamentalmente a retirada de uma impureza a fim de que houvesse uma participação no pacto de bênçãos. Um estudo das seguintes referências tornará isso claro para nós: Êxodo, 6:12, 30; Levítico, 19:23; 26:41; Deuteronômio, 10:16; 30:6; Jeremias, 4:4; 6:10; 9:25. E junto com os esses textos Paulo nos ensina que circuncisão era um selo de retidão que Abraão tinha enquanto ele era ainda incircunciso (ver Rom. 4:11). Esses dois significados básicos, o primeiro sobre o remover da impureza ou purificação, o segundo a imputação da retidão fé, isso será realmente visto, pois esses pontos não são contraditórios, mas se completam mutuamente.
É necessário para nós, fazer uma pausa e analisar o seguinte ponto para nosso conforto: Que por indicação divina e ordem expressa o sinal e selo das realidades espirituais, realidades que só poderiam ser aplicadas através da operação graciosa do Espírito de Deus, forem administrados (o sinal e o selo) também para crianças.
Agora nós podemos antecipar a objeção: Tudo isso é concebido, mas para qual proveito para a doutrina em questão? O que tem isso tudo a ver com a questão do batismo infantil?
Acontece que circuncisão significa basicamente a mesma coisa que batismo. Que batismo significa purificação do pecado pela regeneração do Espírito e purificação da culpa do pecado pela retidão de Cristo, a retidão da fé, aparece diretamente no Novo Testamento. Que, nós já temos encontrado, é o verdadeiro significado da circuncisão. Existe, entretanto, uma identidade básica sobre sentido e significado. Circuncisão, carregando o mesmo significado do batismo, era administrada a crianças que nasciam debaixo de um pacto de relacionamento e privilégio que era derramado do pacto feito com Abraão.

O Sinal Perpétuo do Pacto

Nós já descobrimos que a dispensação do evangelho está de acordo com, e em busca do pacto feito com Abraão. Ele, Abraão, é o pai de todos os da fé. Aqueles que são da fé são abençoados juntamente com Abraão. Agora, se crianças nascem de pais crentes debaixo da antiga dispensação elas recebiam o sinal do pacto, um sinal do pacto que carrega o mesmo significado central como o batismo o faz, devemos nós crer que crianças estão excluídas do sinal e selo do pacto no Novo Testamento? Isso não deve ser muito estressado que a administração neotestamentária é a elaboração e desenvolvimento do pacto abraâmico. Se crianças são excluídas agora, deve ser entendido que essa mudança implica em uma reversão completa ou aversão à prática divina primeiramente instituída. Então devemos perguntar seriamente: podemos nós encontrar no Novo Testamento alguma dica ou direcionamento de tal reviravolta? Mais particularmente, tem o Novo Testamento revogado tão expressivamente pensado e autorizado um princípio como a inclusão das crianças no sinal e selo do pacto? E uma prática da divina administração do pacto da graça, que tem sido exercida por mais de dois mil anos foi simplesmente excluída?
Quando nós examinamos o Novo Testamento, não podemos encontrar tais evidências. Mas, em vista da identidade básica e significado da circuncisão e batismo, em vista da unidade e continuidade do pacto nos termos pelos quais o sinal do pacto nos foi dado, nós podemos dizer com confiança que a evidência de rejeição é determinante se a prática ou princípio devem ser excluídos. Então, na ausência de rejeição e na presença de uma evidência de continuidade do pacto, nós concluímos que a administração do sinal para as crianças filhos e filhas de crentes têm garantia e autoridade divina perpétua. São simplesmente essas considerações que conclamam o ponto de John Lightfoot, “Não é proibido batizar crianças, entretanto eles não devem ser batizados”. O mandamento divino para administrar o sinal do pacto às crianças não foi revogado, então ele ainda está em vigor.

Objeções Inválidas

Os oponentes ao batismo infantil querem apelar para o fato que não existe um mandamento expresso para o batismo infantil e que nós não temos no Novo Testamento um caso explícito e provado de batismo infantil. A resposta para tal objeção é aparente. Em vista das bases as quais, por autoridade divina, a inclusão das crianças não repousa na recepção do sinal do pacto, um mandamento expresso ou um caso concreto não é necessário.
Também será questionado que existem diferenças entre circuncisão e batismo. Por exemplo, circuncisão era administrada somente para homens, batismo é administrado tanto para homens quanto para mulheres. Essa diferença, obviamente, não é negada. Mas como objeção é singularmente inválida. Devemos lembrar que essa diferença não só é em termos de homens e mulheres como também de crianças e adultos. Sendo adultos, assim como crianças em Israel somente homens carregavam esse sinal do pacto. No Novo Testamento mulheres adultas, assim como homens adultos, carregam o sinal do batismo. Se essa diferença é manifestada entre adultos porque também não deveria ser manifestada entre as crianças? A abolição da distinção entre gêneros entre crianças é perfeitamente harmonioso com esse assunto de gêneros também entre adultos. De fato, se batismo é administrado para crianças, então a abolição da distinção entre crianças, homens e mulheres, segue necessariamente a prova da abolição da distinção entre adultos, homens e mulheres.
Porque na sabedoria divina debaixo da antiga economia um sinal foi escolhido que não pudesse ser administrado para as mulheres não cabe a nós saber. Mas a extensão do sinal do pacto incluir mulheres como membros da igreja no Novo Testamento está durante todo o tempo de acordo com a expansão do privilégio que a revelação do Novo Testamento sinaliza. Nas palavras do Dr. Samuel Miller, “Ainda que o batismo declaradamente venha para tomar o lugar da circuncisão, existem pontos que o atual difere na forma do antigo sinal. E ele difere precisamente de acordo com aqueles pontos em referência na qual o Novo Testamento difere do Antigo Testamento e ser mais expansivo, e menos cerimonial. Batismo não é uma restrição cerimonial ao oitavo dia, mas pode ser administrado em qualquer hora e qualquer lugar. Não está confinado a um gênero, mas, a gloriosa dispensação da qual é o selo, ela marca a expansão do privilégio, e é administrada de uma forma que lembra que ‘Não há Grego, nem Judeu, nem escravo ou livre, nem homem ou mulher, na administração cristã, mas somos todos, um em Cristo Jesus’”.

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