Pr. Elissandro Rabêlo
Leitura: Filipenses 01:19-23; 03:17-21
Texto: Domingo 22 (pergunta 57)
Amados irmãos em Cristo e prezados visitantes
Paulo escreveu sua carta aos filipenses
da prisão. Nessa condição de prisioneiro, ele sabia que duas coisas
podiam lhe acontecer: ser liberto e continuar pregando o evangelho ou
ser condenado à morte. Paulo não está ansioso ou desesperado com o que
vai lhe acontecer. Ele sabe que isso está nas mãos de Deus. Paulo até
expressa o desejo de permanecer um pouco mais para ajudar os filipenses a
crescer na fé (Fp.1.25,26). Por outro lado, ele também afirma que
deseja partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp.
1.23).
Perceba que a principal preocupação do
apóstolo Paulo, estando em liberdade ou condenado à morte, é engrandecer
o nome de Cristo (Fp. 1.20). Na vida ou na morte Paulo busca a glória
de Cristo. Ele não está preocupado simplesmente em viver ou morrer, mas
em engrandecer a Cristo na vida ou na morte. Por isso ele afirmou: “Para
mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (v.21). Nessa confissão de fé,
Paulo revela tanto o seu interesse de continuar vivendo para servir a
Cristo e sua igreja, como também a sua confiança de que, após a sua
morte, ele estará eternamente com Cristo.
Tema: O Crente Confessa que Estará com Cristo após a sua morte
- 1. A Atitude do Crente em Relação à Morte
- 2. A Situação do Crente Após sua Morte
1. A Atitude do Crente em Relação à Morte
Aqui nós tocamos num assunto que ninguém gosta de pensar e muito menos falar dele: o problema da morte. Mas não há como fugir desse assunto. A morte é uma realidade e todos nós estamos sujeitos a ela. Ninguém pode fugir dela, sejamos crianças e velhos, ricos e pobres, homens e mulheres, crentes e descrentes (Sl. 39.4-7; 90.10). O homem pode até criar recursos e medicamentos para prolongar sua vida. Mas todos os seus dias estão contados e determinados por Deus (Sl. 139.16).
Aqui nós tocamos num assunto que ninguém gosta de pensar e muito menos falar dele: o problema da morte. Mas não há como fugir desse assunto. A morte é uma realidade e todos nós estamos sujeitos a ela. Ninguém pode fugir dela, sejamos crianças e velhos, ricos e pobres, homens e mulheres, crentes e descrentes (Sl. 39.4-7; 90.10). O homem pode até criar recursos e medicamentos para prolongar sua vida. Mas todos os seus dias estão contados e determinados por Deus (Sl. 139.16).
Mas o que é a morte? Por que ela existe?
Que atitude os cristãos devem ter em relação a ela? Meus irmãos, Deus
não nos criou para morrer. Contudo, a morte veio a existir como castigo
de Deus por causa do pecado do homem (Gn. 2.17; Rm.5.12; 6.23). Ela faz
parte da maldição que Deus pronunciou a Adão e a seus descendentes: “Tu
és pó e ao pó tornarás” (Gn.3.19). Esse texto fala da morte física que é
a separação do corpo e da alma. Mas a Bíblia fala também de mais dois
tipos de morte: a) morte espiritual – separação da presença de Deus por
causa do pecado (Ef.2.1); b) morte eterna – condenação eterna no inferno
(Ap.20.14). A morte em todos os seus sentidos é uma triste realidade
que precisamos aceitar. Mas a questão é esta: Que tipo de atitude o
cristão deve ter diante da realidade da morte?
Em primeiro lugar, você não deve ter uma
atitude de escapismo diante da morte. Muita gente teme a morte e sempre
que possível evita comentar sobre o assunto. Muitos chineses, por
exemplo, têm medo de que, mencionando a palavra morte, estejam
convidando-a! A morte é uma realidade que o homem natural não ousa
enfrentar. Ele prefere viver sua vida intensamente sem pensar no
assunto, fugindo da realidade. Mas não há como escapar da morte, pois a
Bíblia diz que todo homem está ordenado a morrer e que depois disso, vem
o juízo (Hb. 9.27).
Em segundo lugar, você não deve ter uma
atitude materialista diante da morte. Os ímpios que não conhecem a
salvação em Cristo têm como deus o seu ventre. Eles vivem para si mesmos
sem levar Deus em conta. O que importa para eles é aproveitar a vida ao
máximo enquanto a morte não vem. Eles não negam a realidade da morte.
Mas por outro lado, não dão a mínima para ela. O lema deles é: “Comamos e
bebamos que amanhã morreremos”! (Is. 22.13). Que tristeza para os que
vivem assim! Pois a Bíblia afirma que o fim deles é a perdição (Fp.
3.19).
Em terceiro lugar, você não deve ter uma
atitude de desespero diante da morte. Por um lado, muitas pessoas,
cansadas e aflitas com os problemas da vida, vão ao encontro da morte
cometendo suicídio. Por outro lado, há aqueles que entram em desespero e
até reclamam contra Deus quando a morte visita sua casa. É claro que
ficamos tristes e angustiados com os males da vida, inclusive com a
morte. Mas não convém aos santos entrar em desespero diante da morte,
pois eles sabem e crêem que nenhuma aflição, nem mesmo a morte pode
separá-los do amor de Deus que está em Cristo (Rm. 8.38,39).
Irmãos! A morte que traz desespero a
tantas pessoas é, ao mesmo tempo, algo consolador para o povo de Deus. A
Bíblia está cheia de consolo para o crente quando o assunto é a sua
morte. Diz a Bíblia que é preciosa para o Senhor a morte dos seus santos
(Sl. 116.15) e que aqueles que morrem no Senhor são bem aventurados
porque descansam de suas fadigas (Ap.14.13). Portanto, o crente deve
encarar a morte com uma atitude de paz e confiança nas promessas de
Deus.
O apóstolo Paulo afirma que o morrer
para o cristão é lucro (Fp.1.21). Nós sabemos que Paulo sempre esteve
diante da morte. Mas ele não encarava a morte com desespero ou
escapismo. Mas com paz em seu coração e confiança nas promessas de Deus.
Ele sabia que poderia morrer a qualquer momento, mas isso não o
incomodava. Pois ele sabia e cria que vivendo ou morrendo pertencia ao
Senhor (Rm.14.8) e que mesmo no vale da sombra da morte, o Senhor estava
com ele (Sl.23.4). Para Paulo, a morte não é o fim de todas as coisas,
mas partir e estar com Cristo o que é incomparavelmente melhor
(Fp.1.23). Essa certeza de estar com Cristo enchia seu coração de paz
diante da morte.
E quanto a você? Você sabe que a morte é
uma realidade a qual você está sujeito! A qualquer momento o Senhor
pode tirar você da face da terra! Mas com que atitude você encara esse
assunto? Com medo, indiferença e incerteza? Ou com paz, esperança e
confiança em Deus? Você se ocupa com este assunto? Você tem se preparado
para morrer? Não se esqueça que o morrer é lucro apenas para quem o
viver é Cristo (Fp.1.21). Vivendo pela fé em Cristo e andando nos seus
caminhos, caminhamos com alegria e segurança para a eternidade.
Fora de Cristo há desespero e perdição.
Mas em Cristo há paz e salvação, pois ele venceu a morte pelo seu poder
(I Co.15.54). Se por meio de Adão veio a morte, por meio de Cristo veio a
vida. Se a morte é o salário do pecado, o dom gracioso de Deus para os
que crêem é a vida eterna em Cristo Jesus. Em Cristo já não pertencemos
mais ao reino da morte, mas esta é apenas a estrada que nos conduz para
habitar eternamente com o Senhor (II Co.5.8). Vejamos no segundo ponto a
situação dos que morrem no Senhor.
2. A Situação do Crente após sua Morte
2. A Situação do Crente após sua Morte
Nós que convivemos a cada dia com a
realidade da morte, confessamos a cada domingo que cremos na
ressurreição do corpo. Que consolo confessar esta verdade! Nossa
confissão explica esta doutrina a fim de consolar o crente em suas
aflições e diante da certeza da morte. Perceba que a pergunta feita é:
“Que consolo traz a você a ressurreição do corpo?”. O crente responde
com paz e confiança: “Meu consolo é que, depois desta vida, minha alma
será imediatamente elevada para Cristo, seu Cabeça. E que também este
meu corpo, ressuscitado pelo poder de Cristo, será unido novamente à
minha alma e se tornará semelhante ao corpo glorioso de Cristo” (CH,
perg.57; Dom.20).
É muito consolador para o crente saber
que a morte não é o fim de todas as coisas. Ele sabe, em primeiro lugar
que, ao morrer, sua alma já estará com Cristo. Essa confissão é uma
fonte de consolo para todos nós que somos do Senhor. A morte física não é
o último estágio na vida do filho de Deus, mas é uma benção, uma
vantagem, pois significa deixar esse mundo e partir para estar com
Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp. 1.23; II Co. 5.8).
Quem vive e morre em Cristo, terá seu
corpo sepultado, o qual voltará ao pó, mas sua alma vai diretamente para
o céu habitar com o Senhor. No período entre sua morte e sua
ressurreição final na segunda vinda de Cristo, a alma do crente não vai
para o purgatório se purificar dos seus pecados para depois entrar no
céu. Nem tampouco a alma do crente vai ficar dormindo num estado de
inconsciência até o dia da sua ressurreição final. Nada disso! O que
Cristo afirmou para o ladrão arrependido na cruz, vale para todo crente:
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc. 23.43).
Perceba que Jesus não disse ao ladrão: “Olha, se você reencarnar e se
transformar num ser melhor, você será salvo. Olha, depois de um sono
profundo, eu venho te acordar para estar comigo no céu. Se você for para
o purgatório e lá se purificar dos seus pecados, então, você vai entrar
no paraíso comigo”. Nada disso! Jesus disse que naquele mesmo dia,
aquele homem arrependido estaria com ele no paraíso. Seu corpo ficou
pendurado na cruz e foi sepultado. Mas sua alma subiu com Cristo para o
gozo celestial.
Essa promessa é também pra você crente.
Console o seu coração nesta verdade confirmada por Cristo. Seu corpo
pode ser sepultado um dia para aguardar a ressurreição final. Mas desde a
sua morte, sua alma estará com o Senhor. Seus irmãos, parentes e amigos
ficarão tristes com a sua partida. Mas essa tristeza é superada pela
alegria de saber que você estar com o Senhor e pela certeza para seus
irmãos de que um dia também se encontrarão com você e todos os santos na
glória celestial.
Morrer e partir para estar com Cristo é
incomparavelmente melhor do que continuar vivendo na terra (Fp.1.23). É
muito melhor não simplesmente porque não haverá mais sofrimento ou luta
contra o pecado e nem porque você vai encontrar lá irmãos e amigos que
aqui lhe deixaram. Mas é muito melhor porque você vai estar com Cristo,
na presença dele, para glorificá-lo. É isso que motivava Paulo a desejar
partir: estar com o Senhor (Fp.1.23; II Co.5.8). Você não deve desejar o
céu porque quer se livrar do sofrimento dessa vida, mas porque ama a
Cristo e quer estar com ele para sempre.
Por outro lado, devo dizer que a morte
não é nada vantajosa para quem morre na rebeldia e incredulidade. O rico
da parábola de Lázaro que o diga. Enquanto Lázaro foi para o céu, ele
foi para um lugar de tormentos que a Bíblia chama de inferno
(Lc.16.19-31). Viver sem Cristo e morrer sem Cristo é caminhar para a
perdição eterna. E depois da morte não tem mais volta. Quem entrou pela
porta estreita e andou no caminho apertado de Cristo seguiu para a vida
eterna. Mas aquele que escolheu a porta larga e o caminho espaçoso do
mundo terá como destino final a perdição. Você não pensa sobre isso? Não
sabes que a qualquer momento estarás na eternidade? Vais permanecer em
teus pecados e perecer eternamente? Não seja tolo! O salário do pecado é
a morte! De nada vale ganhar o mundo e perder a sua alma. O que está
esperando? Corra pra Cristo! Creia nele! Permaneça em Cristo e nem
mesmo a morte vai separá-lo da sua presença! Pela fé em Jesus sua alma
descansará segura em seus braços na hora da morte!
Em segundo lugar, o crente aguarda com
confiança que seu corpo será ressuscitado por Cristo no último dia para
ser glorificado e viver com ele eternamente. Ele confessa que seu corpo,
“ressuscitado pelo poder de Cristo, será unido novamente à minha alma e
se tornará semelhante ao corpo glorioso de Cristo”. É bem verdade que
quando Jesus descer dos céus em toda a sua glória, todos aqueles que
estiverem mortos ressuscitarão, crentes e ímpios (ver Jo.5.25,28,29).
Perceba que para o ímpio a ressurreição é para a condenação eterna,
enquanto que o justo é ressuscitado para a vida eterna.
Há pessoas que negam a ressurreição dos
mortos. Elas não acreditam que o corpo que virou pó não pode ser unido
de novo à alma para viver eternamente. Isso é negar o poder de Deus e
ignorar as Escrituras. Ao ressuscitar Lázaro, Jesus afirmou que é a
ressurreição e a vida e quem nele crê viverá eternamente (Jo.11.25).
Paulo afirmou que Jesus é as primícias dos que dormem e por meio dele
veio a ressurreição dos mortos (I Co.15.20,21).
Não há nenhum consolo em ser
ressuscitado para a condenação eterna. Por outro lado, há um grande
consolo em ser ressuscitado e receber um corpo glorioso igual ao de
Cristo, um corpo que não mais vai morrer, sentir dores ou está sujeito
ao pecado, mas um corpo perfeito para habitar eternamente com o Senhor.
Jesus mesmo, pelo seu poder transformará nosso corpo de humilhação para
ser igual ao corpo da sua glória (Fp.3.21).
Irmãos! Como é bom elevar os nossos
pensamentos aos céus e pensar nestas coisas! Nossos corpos agora
humilhados serão semelhantes ao de Cristo, perfeitos para a eternidade.
Cristo nos salvou corpo e alma e, portanto, ele não deixará nossos
corpos no túmulo para sempre. E se por acaso estivermos vivos na ocasião
da sua vinda, também seremos transformados. No meio das suas aflições,
olhe para Cristo e confie nas suas promessas. Ele foi preparar lugar
para nós e voltará para nos receber em sua presença. Anime o seu
coração! Console-se na promessa da ressurreição do corpo e da vida
eterna! Viva para a glória de Cristo hoje, para desfrutar da sua glória
na eternidade. Que seja essa a sua alegre confissão: “Para mim o viver é
Cristo e o morrer é lucro” (Fp. 1.21) e este o seu firme desejo:
“partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp.1.23).
Amém!
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