Por
Vincent Cheung
"Pois não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus". (2 Co 4.5)
Há um sentido no qual nunca devemos ser modestos na nossa pregação. Certamente não devemos fazer grandes afirmações sobre nós mesmos, mas em primeiro lugar não devemos pregar a nós mesmos. Na proclamação do evangelho, apresentamos Cristo como o merecedor de confiança e adoração. Declaramos Jesus Cristo como supremo. E se pregamos a ele e não a nós mesmos, seremos modestos sobre o quê? Nós o louvamos sem restrições, e sem medo de exageros. Existe um lugar para a humildade, e isso está no fato de dirigirmos a atenção para ele e para longe de nós. Essa humildade é invisível, porque sempre que está presente e é bem sucedida, dirige o foco para o Senhor. Um constante autorrebaixamento, de tal forma que ninguém pode deixar de notar, é sinal que a pessoa já falhou. A verdadeira humildade se traduz em uma agressividade em nossa pregação porque se a nossa pregação é fiel ao seu tema, ela irá refletir a qualidade do que é pregado. Dessa forma, quando falamos de Jesus Cristo, temos que ser corajosos e impetuosos. Ainda que sejamos fracos em nós mesmos, e por vezes nos aproximemos da tarefa com temor e tremor, nele somos fortes, e em nosso discurso exemplificamos a sua força e a sua verdade. Assim, com um tom de voz firme e estável, fazemos ostentações grandiosas. Proclamamos Jesus Cristo com um espírito indomável, não alimentado pela confiança em nós mesmos, mas pela nossa confiança nele. Ele é digno de ser declarado o Senhor de todos, e ele vive à altura das alegações que fazemos sobre ele. No ministério do evangelho pregamos a Jesus Cristo como o Senhor, mas nos fazemos servos daqueles que nos ouvem. Existem falsas noções quanto ao que significa ser servos daqueles que recebem o nosso ministério. Elas se levantam de uma falha ao distinguir entre ser servos de homens e servos de Deus. “Servo” pode se referir a duas coisas diferentes. Jesus se fez servo de homens – ele disse que veio para servir e não para ser servido – mas nunca permitiu aos homens que o controlassem. Ele serviu aos homens, mas não obedeceu aos homens. Ele serviu aos homens no sentido que fez o que era bom para eles, mas só o fez sob a direção do Pai, e muitas vezes contra a vontade dos homens. Um pai emprega um tutor para educar o seu filho, assim o tutor trabalha duro para o benefício da criança, mas a criança não tem autoridade para estabelecer o horário e currículo das lições. Antes, a criança tem que cooperar com o tutor ou enfrentar o desagrado do pai. Da mesma forma, quando pregamos o evangelho, nos tornamos servos daqueles que nos ouvem no sentido que trabalhamos duro em benefício deles, a salvação de suas almas. Mas ainda que sejamos servos deles, eles não são nossos senhores. Nós trabalhamos para o benefício deles, sob a direção do Senhor. É ele quem dita a nossa mensagem, nosso método e os nossos movimentos. Assim, a autoridade do pregador não é anulada, porém, mas antes estabelecida pelo seu papel como servo aos homens sob o comando de Jesus Cristo. Alguns têm aplicado erroneamente a ideia de servidão a negócios, paternidade e liderança em geral, com consequências ridículas. O ensinamento bíblico implica que devemos ser gentis e condescendentes? Não. Ele implica que devamos ouvir a contribuição das pessoas? Ainda que em muitos casos seja bom receber contribuições, isso não vem da ideia de ser um servo aos homens. Servir não quer dizer algumas das coisas que as pessoas pensam que isso significa. Em todo caso, servir significa que devemos trabalhar com empenho para o benefício dos outros, e isso muitas vezes implica um exercício de poder de comando forte, mesmo contra os desejos e as sugestões daqueles a quem servimos. Somos servos de todos os homens, mas somente Jesus Cristo é o nosso senhor. A incapacidade de compreender essa simples distinção tem produzido inúmeros resultados antibíblicos e grotescos.
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FONTE: http://monergismo.com/?p=2905
TRADUÇÃO: Claudino Batista Marra (marrajunior1@hotmail.com).
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